Lula anunciou que Guilherme Boulos será o novo ministro na chefia da Secretaria-Geral da Presidência. O cargo é responsável pela a articulação entre o governo e movimentos sociais.
O anúncio foi feito na tarde de hoje (21) e aconteceu após uma reunião de uma hora e meia entre o presidente, Boulos e o antigo ministro Márcio Macêdo, ex-deputado do PT. Gleisi Hoffmann, Rui Costa e Sidônio Palmeira também participaram do encontro.
O psolista deverá ficar no cargo até o fim do mandato, o que significa que não concorrerá à reeleição como deputado ou nenhum outro cargo público, segundo o portal G1.
A indicação de Boulos para um cargo que lida com movimentos políticos leva em conta a trajetória dele como um dos principais líderes do MTST.
Formado em filosofia pela USP e em psicologia clínica pela PUC, Guilherme Boulos teve uma vida marcada por seu papel na militância de esquerda.
Filho do infectologista Marcos Boulos e da médica Maria Ivete Castro Boulos, ambos professores na USP, ele nasceu no bairro de Pinheiros, na capital paulista.
Segundo sua biografia no site de campanha, ele estudou em uma escola particular até os 15 anos, quando pediu para fazer o ensino médio no sistema público.
Na mesma época, começou a se envolver em política, entrando para a União da Juventude Comunista (UJC).
Não demorou para que integrasse o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), do qual se tornou uma das principais lideranças desde os 20 anos.
À frente do movimento, acumulou polêmicas e processos judiciais, sendo chamado de “invasor de propriedades” por seus adversários políticos
Isso porque o grupo costuma invadir e ocupar terrenos. Os militantes alegam que apenas se fixam em locais abandonados ou em situação de irregularidade.
Boulos se tornou ainda mais conhecido após participar da coordenação de uma ocupação em um terreno da Volkswagen em São Bernardo do Campo, no ano de 2003.
Ele voltou a receber atenção da mídia entre 2013 e 2014, após ser uma das principais lideranças por trás do movimento contra a Copa do Mundo no Brasil.
Durante uma reintegração de posse realizada em 2017, Boulos chegou a ser detido pela polícia após desobediência judicial e incitação à violência.
Além disso, há relatos de que o MTST tenha criado um sistema de pontuação para forçar as pessoas que vivem nas ocupações a comparecerem em manifestações. Isso configura a manipulação de grupos vulneráveis para interesses políticos.
Há mais de 20 anos existem denúncias de que movimentos como o MTST cobram taxas dos chamados assentados.
Guilherme Boulos vive em união estável com Natália Szermeta, com quem teve duas filhas. Ambas estudam em uma escola privada na em que a família mora, Campo Limpo.
Críticos do político o acusam de nunca ter trabalhado na vida. Ele se defende falando que atua como professor de filosofia.
No entanto, uma investigação publicada pela Folha de São Paulo concluiu que sua atuação na docência é inconsistente.
Ele lecionou por cerca de nove anos em períodos intercalados, mas apenas durante um ano e meio teve dedicação exclusiva à função na rede estadual paulista. A reportagem também destaca a duplicidade de informações em seu currículo:
“Em relação ao período como professor, a reportagem encontrou uma informação duplicada no currículo de Boulos. Ele afirma que, em 2019, foi professor de curso livre no IREE (Instituto para a Reforma das Relações entre Empresas e Estado), e também diz que foi coordenador de curso na Escola Kope, entre 2021 e 2022.”
Guilherme Boulos se candidatou à presidência da República em 2018, somando aproximadamente 600 mil votos. Naquele ano, o PT foi representado por Fernando Haddad.
Relembre a eleição de 2018 com o último episódio da série O Teatro das Tesouras. Clique aqui para assistir completo.
Boulos também tentou concorrer à prefeitura de São Paulo duas vezes, em 2020 e nas eleições do ano passado. Em ambos os casos ele perdeu no segundo turno.
A última disputa foi marcada por uma campanha acirrada, principalmente envolvendo o empresário e ex-candidato Pablo Marçal, que acusou Boulos de usar drogas.
Na época, o PT investiu mais de R$30 milhões em sua campanha, que marcou a primeira vez que o partido apoiou um candidato de outra sigla para a capital paulista.
No contexto das eleições de 2024, a Brasil Paralelo fez um especial sobre a trajetória de Guilherme Boulos. Assista completo abaixo:
Ele ocupa o cargo de deputado federal desde 2002, quando conseguiu o segundo maior número de votos no país, atrás apenas de Nikolas Ferreira.
Como um veículo independente, não aceitamos dinheiro público. O que financia nossa estrutura são as assinaturas de cada pessoa que acredita em nossa causa.
Quanto mais pessoas tivermos conosco nesta missão, mais longe iremos. Por isso, agradecemos o apoio de todos.
Seja também um membro da Brasil Paralelo e nos ajude a expandir nosso jornalismo.
Cupom aplicado 37% OFF
Cupom aplicado 62% OFF
MAIOR DESCONTO
Cupom aplicado 54% OFF
Assine e tenha 12 meses de acesso a todo o catálogo e aos próximos lançamentos da BP