O Google admitiu que sofreu pressão direta do governo de Joe Biden para remover conteúdos do YouTube. Segundo a carta enviada pela própria instituição, isso ocorreu durante a pandemia de COVID-19 e no período eleitoral.
No documento, revelou que altos funcionários da Casa Branca, incluindo o próprio presidente, insistiram na retirada de vídeos que não violavam as regras da plataforma.
A Alphabet, controladora do Google, classificou a conduta da administração como um “clima político de intimidação” e disse que tal postura foi “inaceitável e equivocada”.
Também anunciou que criadores de conteúdo que tiveram contas permanentemente banidas do YouTube por discurso político poderão retornar à plataforma.
“Refletindo o compromisso da companhia com a liberdade de expressão, o YouTube dará uma oportunidade para todos os criadores retornarem à plataforma se a empresa encerrou seus canais por violações repetidas das políticas de COVID-19 e integridade eleitoral que já não estão mais em vigor”.
Investigação no Congresso
As revelações vieram a público após uma investigação conduzida pelo Comitê Judiciário da Câmara dos Deputados dos EUA.
O presidente do comitê, deputado Jim Jordan, afirmou que documentos internos comprovam que o YouTube foi “participante direto do regime de censura do governo federal”.
Segundo ele, a empresa acatou pedidos para retirar do ar publicações que não violavam as políticas da plataforma.
“Obtivemos documentos mostrando que o governo federal pressionou com sucesso o YouTube a censurar conteúdos legais, incluindo aqueles que não violavam as políticas de moderação da própria empresa”, disse Jordan.
De acordo com os chamados “Arquivos do YouTube”, a pressão da Casa Branca aumentou a partir da primavera de 2021. O governo exigia a remoção de conteúdos considerados “limítrofes”, ou seja, que não infringiam diretamente as políticas da empresa.
Internamente, o YouTube chegou a avaliar que a situação poderia “sair do controle” e passou a manter contato direto com a Casa Branca.
Em setembro de 2021, o YouTube enviou à Casa Branca um rascunho de nova política que previa ampliar a remoção de conteúdos críticos à segurança e à eficácia das vacinas. No e-mail, a plataforma pediu a confirmação do governo antes de oficializar a mudança.
A resposta do governo foi: “À primeira vista, parece um grande passo”.



























