Mundo de 2026 gerou grande repercussão nas redes sociais e levantou discussões sobre política e tradição.
Mas essa não é a primeira vez que o uniforme da seleção carrega consigo um simbolismo maior do que o futebol.
Os uniformes da seleção brasileira sempre carregaram as cores da bandeira nacional, com exceções pontuais, como em 2023, quando a equipe usou uma camisa preta em uma ação contra o racismo.
Desde o primeiro jogo da Seleção Brasileira, em 1914 contra o Exeter City F.C., o uniforme branco foi o escolhido.
A camisa clara, então predominante, acompanhou o time nas primeiras décadas e esteve presente na conquista do primeiro título, em 1919, no Campeonato Sul-Americano.
Durante esse período, algumas exceções ocorreram.
O uniforme branco continuou sendo o principal até 1950, quando a derrota na final da Copa do Mundo marcou o fim de uma era.
Em 1953, a camisa amarela da Seleção Brasileira foi escolhida por meio de um concurso promovido pelo jornal Correio da Manhã.
O modelo vencedor, com a camisa toda amarela e detalhes verdes na gola e nas mangas, passou a ser adotado oficialmente a partir da Copa do Mundo de 1954.
Quatro anos depois, em 1958, o Brasil chegou à final da Copa do Mundo enfrentando um imprevisto: a Suécia, anfitriã do torneio, usaria seu uniforme principal, que também era amarelo.
A seleção brasileira precisaria mudar sua cor. Voltar à camisa branca, marcada pela derrota para o Uruguai no “Maracanaço” de 1950, estava fora de cogitação, a superstição e o trauma ainda eram muito presentes.
Após uma oração, fixou o olhar em uma imagem de Nossa Senhora Aparecida. Inspirado pelo manto azul da padroeira do Brasil, decidiu: a nova camisa da seleção seria azul.
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Sem tempo para produzir um novo uniforme oficial, a delegação comprou camisas comuns nas lojas de Estocolmo, costurou nelas os escudos arrancados das camisas amarelas e montou o uniforme improvisado.
O Brasil entrou em campo com camisas azuis e calções brancos. E naquele 29 de junho, venceu a Suécia por 5 a 2, conquistando seu primeiro título mundial.
No centro do campo, Pelé, na época com 17 anos, chorava vestindo aquele que se tornaria um símbolo de fé e de vitória: o “manto azul”.
A história da camisa azul da seleção passou a representar não apenas um improviso bem-sucedido, mas uma recordação de que, mesmo no futebol, a fé e a identidade nacional caminham juntas.
Após o anúncio da nova cor para a segunda camisa da seleção, os torcedores passaram a discutir as cores das camisas anteriormente usadas pela seleção. A adoção da cor vermelha, como proposta pela Nike, exigiria uma alteração no estatuto da CBF, já que a cor não faz parte da bandeira do Brasil.
Muitos torcedores recordam que o Brasil já vestiu outras cores, mas em ocasiões específicas e sempre com um sentido mais profundo.
A segunda camisa vermelha pode até se tornar realidade, mas a cor amarela para a primeira camisa será mantida. Além disso, o “manto azul” do final de 1958 segue como um marco inesquecível: um uniforme costurado às pressas, guiado pela devoção, e eternizado pela conquista.
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