A Igreja Católica é uma das instituições mais antigas do mundo ainda em atividade, com uma estrutura que se desenvolveu ao longo de séculos.
Essa estrutura não é apenas simbólica: define responsabilidades, autoridades e o modo como a fé é ensinada e vivida por mais de 1,3 bilhão de católicos.
A hierarquia eclesiástica católica é organizada de modo piramidal, com diferentes graus de autoridade. Cada grau tem funções específicas no ensino da doutrina, na celebração dos sacramentos e na condução pastoral dos fiéis.
Ao contrário de uma estrutura política, a autoridade na Igreja é considerada de origem espiritual e sacramental, recebida por meio da sucessão apostólica.
Veja como é dividida a hierarquia da Igreja Católica:
Conheça abaixo cada uma dessas etapas:
O papa é o bispo de Roma e sucessor de São Pedro. É considerado o líder máximo da Igreja Católica e exerce seu serviço como sinal de unidade entre os fiéis.
Sua função é confirmar os irmãos na fé, governar a Igreja e nomear bispos em todo o mundo. Também é responsável por convocar concílios, aprovar documentos doutrinais e promover o diálogo com outras religiões.
Atualmente, o papa é eleito em um conclave com cardeais de todo o mundo, e permanece no cargo até sua morte.
Em fevereiro de 2013, o então pontífice Bento XVI surpreendeu o mundo ao renunciar ao cargo, abrindo caminho para a eleição do papa Francisco.
As vestes papais são brancas desde o século XVI, quando o papa Pio V, pertencente à Ordem dos Dominicanos, decidiu manter a cor tradicional de sua congregação.
Os cardeais são bispos nomeados pelo papa e que fazem parte do Colégio Cardinalício. Sua principal função é aconselhar o papa e, em caso de vacância da Sé de Pedro, eleger seu sucessor.
Embora não governem a Igreja diretamente, muitos cardeais lideram importantes dioceses ou ocupam cargos na Cúria Romana, o corpo administrativo da Santa Sé.
O Colégio dos Cardeais forma o clero de Roma. Embora estejam espalhados pelo mundo, todos possuem o título de uma igreja romana.
Suas vestes são vermelhas.
Os bispos são sucessores dos apóstolos e possuem autoridade plena para governar as dioceses, unidades territoriais da Igreja.
Já os arcebispos, além de governarem suas arquidioceses, possuem precedência sobre outras dioceses vizinhas reunidas em um território eclesiástico.
Eles são responsáveis por ordenar padres e diáconos, além de garantir a unidade doutrinária e disciplinar nas regiões sob sua jurisdição.
Os bispos possuem a plenitude do sacramento da Ordem. Usam vestes roxas, portam um cajado chamado báculo e um chapéu pontudo conhecido como mitra.
De acordo com a carta Lumen Gentium:
“A eles é confiado em plenitude o encargo pastoral, isto é, o cuidado quotidiano e habitual das próprias ovelhas; nem devem ser tidos por vigários dos Romanos Pontífices, uma vez que exercem uma autoridade própria e com toda a verdade são chamados antístites (95) dos povos que governam”.
Os padres atuam em paróquias sob a autoridade de um bispo, celebrando missas, ouvindo confissões, administrando os sacramentos e ensinando a doutrina da Igreja.
Embora não tenham a plenitude do sacramento da ordem, são os principais responsáveis pelo cuidado pastoral direto dos fiéis no cotidiano das comunidades.
Os padres se destacam pelo uso da batina preta.
“Sob a autoridade do Bispo, santificam e governam a porção do rebanho a si confiada, tornam visível, no lugar em que estão, a Igreja universal e prestam uma grande ajuda para a edificação de todo o corpo de Cristo”.
Os diáconos podem ser transitórios (em caminho para o sacerdócio) ou permanentes.
Eles colaboram com os padres nas celebrações litúrgicas, pregações e obras de caridade. Podem administrar batismos e casamentos, mas não podem celebrar missa nem ouvir confissões.
Os diáconos possuem o primeiro grau do sacramento da Ordem. Durante suas funções litúrgicas, utilizam uma estola transversal, uma faixa de tecido fino sobre o ombro direito.
Usam batina preta.
“É próprio do diácono, segundo for cometido pela competente autoridade, administrar solenemente o Batismo, guardar e distribuir a Eucaristia, assistir e abençoar o Matrimônio em nome da Igreja, levar o viático aos moribundos, ler aos fiéis a Sagrada Escritura, instruir e exortar o povo, presidir ao culto e à oração dos fiéis, administrar os sacramentais, dirigir os ritos do funeral e da sepultura”.
A base da Igreja é formada pelos fiéis leigos, homens e mulheres batizados que não pertencem ao clero. Muitos atuam em pastorais, movimentos e serviços eclesiais.
Alguns optam por uma consagração mais radical por meio de votos religiosos em ordens, congregações ou institutos, vivendo em comunidade, castidade, pobreza e obediência.
“Por leigos entendem-se aqui todos os cristãos que não são membros da sagrada Ordem ou do estado religioso reconhecido pela Igreja, isto é, os fiéis que, incorporados em Cristo pelo Batismo, constituídos em Povo de Deus e tornados participantes, a seu modo, da função sacerdotal, profética e real de Cristo, exercem, pela parte que lhes toca, a missão de todo o Povo cristão na Igreja se no mundo”.
Para os católicos, a hierarquia da Igreja é uma forma de organizar a missão deixada por Cristo aos apóstolos: ensinar, santificar e governar.
Cada nível possui sua função específica e está em comunhão com os demais, mantendo a unidade doutrinária, a continuidade histórica e a identidade da Igreja ao longo dos séculos.
No Especial Papado, o professor Raphael Tonon apresenta a trajetória e o legado do papa Francisco e a história do papado desde São Pedro até os dias atuais. Além disso, expõe como funcionará a eleição do próximo papa.
Assista ao terceiro episódio, A história e os segredos do conclave:
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