Investigadores foram enganados
O caso ganhou nova força após as audiências lideradas pela deputada Anna Paulina Luna (Partido Republicano). Ela acusa a CIA de ter promovido um “encobrimento institucional”.
Joannides chegou a ser condecorado pela própria CIA por seu trabalho com os cubanos e por atuar como intermediário junto ao comitê da Câmara que investigava o assassinato.
No entanto, documentos mostram que ele atrapalhou o acesso a arquivos importantes.
Dan Hardway, ex-membro da equipe do comitê de investigação, relatou que Joannides passou a filtrar documentos e dificultar o trabalho dos investigadores. Isso impediu que o Congresso tivesse acesso a dados relevantes na época.
Oswald estava sob vigilância desde 1959
A CIA monitorava Lee Harvey Oswald desde que ele desertou para a União Soviética em 1959. Mais de 30 funcionários da agência lidaram com relatórios sobre ele até 1963, incluindo oficiais ligados ao setor de contrainteligência.
Após retornar aos EUA em 1962, Oswald fundou uma filial do Comitê Fair Play for Cuba, que defendia Fidel Castro.
Foi nesse período que Oswald teve contato com o grupo DRE. Após o assassinato de Kennedy, os líderes do grupo ligaram para “Howard”, ou seja de George Joannides.
Ele os orientou a entregar a carta de Oswald ao FBI e divulgar à imprensa suas simpatias pró-Cuba.
A repercussão pública desmoralizou o movimento pró-Castro nos EUA, o que favoreceu a propaganda da CIA na Guerra Fria.
Encobrimento, não conspiração
Não há provas de que a CIA participou diretamente do assassinato de JFK. Mas o esforço da agência para esconder sua relação com Oswald é visto por especialistas como altamente suspeito.
Para Jefferson Morley, jornalista e pesquisador do caso, “Oswald não agiu sozinho. A CIA o vigiava há anos. Isso não é coincidência.”
Rolf Mowatt-Larssen, ex-oficial da própria CIA, concorda que pode ter havido uma operação secreta conduzida por agentes descontentes com Kennedy.
O presidente havia perdido o apoio da agência após barrar a invasão da Baía dos Porcos e buscar aproximação com a União Soviética.
- A invasão da Baía dos Porcos, em 1961, foi uma tentativa fracassada dos EUA de derrubar Fidel Castro em Cuba com exilados cubanos apoiados pela CIA. A operação foi derrotada em poucos dias, gerando constrangimento para o presidente Kennedy e aumentando a tensão entre ele e a CIA.
Há mais documentos a serem revelados
O juiz federal John Tunheim, que presidiu o Conselho de Revisão de Registros de Assassinatos na década de 1990, afirma que as revelações sobre Joannides são as mais graves em anos. Ele cobra que a CIA libere todos os arquivos relacionados.
“Se não há nada a esconder, por que tantos documentos ainda estão trancados?”, questiona.
A CIA não comentou as descobertas. Mas cresce a pressão no Congresso e na sociedade para que todos os arquivos sejam finalmente revelados e que a verdade sobre o assassinato de JFK venha à tona.
Para muitos, o caso de Dallas em 22 de novembro de 1963 ainda está longe de ser encerrado.
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