Cerca de 29 brasileiros já receberam nomeações para o Prêmio Nobel entre 1901 e 1971.
Os dados foram disponibilizados pela Fundação Alfred Nobel, que mantém os indicados em segredo por meia década.
No entanto, nenhum dos sete brasileiros que receberam essas indicações acabou laureado.
Conheça a história de 5 brasileiros que foram indicados.
Nascido no Rio de Janeiro em 1855, Adolpho Lutz foi um dos maiores sanitaristas da história do Brasil e um pioneiro da medicina tropical.
Ele passou um período no exterior, estudando em cidades como Leipzig, Estrasburgo, Praga, Viena, Londres e Paris.
Sua curiosidade científica o trouxe de volta ao Brasil em 1892, onde se estabeleceu em São Paulo e passou a investigar epidemias.
Ele não apenas assumiu a direção do Instituto Bacteriológico, mas também confirmou o papel do mosquito Aedes aegypti na transmissão da febre amarela.
O médico chegou a usar a si mesmo como cobaia em experimentos, sendo picado por mosquitos para provar a relação entre o inseto e a doença.
Sua dedicação o levou a expedições por todo o país, pesquisando doenças como cólera, peste bubônica, febre tifoide, malária e hanseníase.
Apesar de sua importante contribuição para a saúde pública, Adolpho Lutz não foi premiado pelo Nobel de Medicina em 1938, ano em que concorreu.
O prêmio daquele foi concedido ao fisiologista belga Corneille Jean François Heymans.
Nascido em Petrópolis (RJ), em 1879, Antônio Cardoso Fontes foi aluno de Oswaldo Cruz, dedicando sua vida à medicina e à saúde pública.
Ele se aprofundou no estudo do bacilo (Mycobacterium tuberculosis), bactéria responsável pela tuberculose.
Sua atuação também foi essencial nas campanhas de erradicação da febre amarela e da peste bubônica no início do século XX.
Além disso, ele ajudou a fundar a Faculdade de Ciências Médicas do Rio de Janeiro (UERJ), da qual foi o primeiro diretor.
Ele foi indicado ao Nobel de Medicina em 1934, mas perdeu para o trio George Hoyt Whipple, George Richards Minot e William Parry Murphy, que estudavam anemia perniciosa.
Ele foi a primeira e única pessoa a descrever completamente uma doença infecciosa em todo o seu ciclo.
Em 1909, ele detalhou não apenas o causador da doença de chagas, o Trypanosoma cruzi, mas também identificou o inseto que transmite e todas as manifestações da enfermidade.
Além dessa descoberta, Chagas liderou a primeira campanha bem-sucedida do país contra a malária em 1905 e reorganizou todo o sistema sanitário brasileiro, como diretor-geral de Saúde Pública.
Chagas foi indicado duas vezes ao Prêmio Nobel de Medicina, em 1913 e 1921 , mas nunca foi laureado.
Nascido em Curitiba (PR) em 1924, César Lattes foi um dos físicos brasileiros mais importantes do século XX.
Aos 19 anos, ingressou na USP e se tornou aluno do professor ucraniano Gleb Wataghin.
Sua maior façanha aconteceu em 1947, quando desvendou uma nova partícula subatômica conhecida como méson pi (píon).
Essa partícula é responsável por unir prótons e nêutrons, explicando como se forma o núcleo do átomo.
A descoberta, publicada na prestigiada revista Nature, é considerada fundamental para a compreensão do núcleo do átomo e inaugurou um novo campo de estudos na física.
O Prêmio Nobel de Física de 1950 foi concedido a Cecil Frank Powell, chefe do laboratório onde Lattes trabalhava.
O brasileiro não foi laureado, porque até 1960, a regra do Comitê do Nobel era premiar apenas o líder da equipe de pesquisa e não todos os seus integrantes.
Apesar de não ter o Nobel, Lattes se tornou um nome importante para a ciência brasileira, atuando na criação do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas, do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico e do IMPA Instituto de Matemática Pura e Aplicada.
A plataforma Lattes, que reúne currículos acadêmicos de pesquisadores, é uma homenagem à sua contribuição.
Nascido em São Paulo em 1891, o médico radiologista Manoel Dias de Abreu foi o criador da abreugrafia, um método para diagnosticar tuberculose no pulmão.
Atuando no Rio de Janeiro em meio a uma epidemia da doença, ele percebeu que as pessoas só procuravam tratamento em fases já avançadas.
Sua invenção, uma técnica de radiografia, permitia o diagnóstico precoce e em massa da tuberculose de forma rápida e barata.
A abreugrafia se tornou um pré-requisito para ingresso em escolas, alistamentos e empregos, sendo essencial para reduzir os casos fatais da doença.
Pelo seu invento, Manoel de Abreu foi indicado três vezes ao Prêmio Nobel de Medicina e Fisiologia, em 1946, 1951 e 1953. No entanto, nunca ganhou.
Peter Brian Medawar nasceu na cidade de Petrópolis, em 1915, filho de um brasileiro de origem libanesa e uma britânica.
Aos 13 anos de idade, Medawar se mudou para o Reino Unido, onde estudou com sua irmã na Marlborough College.
Em 1935, ele se formou em zoologia no Magdalen College, da Universidade de Oxford e fez doutorado na mesma universidade, focando em áreas relacionadas à biologia e patologia.
Durante a Segunda Guerra Mundial ele começou a estudar a rejeição de implantes usados no tratamento de queimaduras.
Suas pesquisas o levaram a investigar o sistema imunológico, descobrindo como era possível fazer o corpo deixar de rejeitar os transplantes.
Os estudos foram responsáveis pelo desenvolvimento do soro antilinfocitário, usado para controlar a rejeição pós transplante.
Apesar de ter nascido no Brasil, é considerado um cientista britânico, porque perdeu a cidadania ao não se alistar para as forças armadas aos 18 anos.
Na época, o governo considerava que uma pessoa não poderia ser considerada cidadã se não comparecesse ao alistamento militar.
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