Como compreender o debate político e social moderno sem entender o capitalismo e o surgimento do dinheiro? O capitalismo foi um dos principais objetos de estudo de muitos dos políticos e teóricos mais influentes da modernidade, como Karl Marx, Roger Scruton, Ronald Reagan e muitos outros.
Para entender este tema, Lucas Ferrugem, sócio fundador da Brasil Paralelo, abordou o tema em uma aula da Travessia.
Na quarta aula, Lucas Ferrugem busca entender o que é capitalismo, como surgiu o dinheiro e quais são as polêmicas e virtudes em torno do tema, deixando o aluno a par do tema.
De acordo com historiadores como Marshall Sahlins e Christopher Boehm, nos primórdios da humanidade, para conseguir bens necessários para sobrevivência e lazer, o ser humano realizava o escambo, um sistema de trocas de mercadorias.
É provável que grande parte da sociedade funcionava da seguinte maneira: Quando Pedro tinha um bem que interessava Victor, Victor recebia a proposta de um bem que Pedro tinha de sobra e que não lhe era necessário, mas geralmente a pessoa na posição de Victor somente faria a troca se o bem de Pedro o interessasse.
Era possível que Pedro não tivesse algum bem de interesse de Victor, não conseguindo satisfazer sua necessidade daquele bem.
Por exemplo: Pedro morava longe do rio de sua região e tinha interesse que Victor levasse água para ele, já que Victor morava do lado do rio. Isso pouparia Pedro de ter que deslocar grandes distâncias com frequência.
Um certo dia, Pedro vai até Victor oferecendo as lenhas que tinha cortado a mais em troca de Victor levar água para ele com determinada frequência. Contudo, Victor não aceitou a proposta, já que ele não precisava de lenha.
Pedro perguntou para ele qual era sua necessidade, e Victor disse que precisava de pele de urso.
Após entender o desejo de Victor, Pedro foi atrás da pele por dias, até que achou quem a tinha e a trocou por sua lenha. Ao encontrar Victor novamente ele recebeu outra resposta negativa, já que Victor tinha conseguido pele de urso antes da chegada de Pedro.
Observando situações como essa, o ser humano chegaria a uma de suas principais invenções sociais: o dinheiro.
De acordo com Pierre Briant, no livro From Cyrus to Alexander: A History of the Persian Empire, o dinheiro surgiu aproximadamente no século VII a. C., na região do atual Irã, para facilitar a troca de bens e serviços da população.
Com essa invenção, as pessoas não precisavam mais possuir um bem exato que despertava interesse ou satisfazia a necessidade do outro, era necessário apenas entregar a moeda.
Com a nova invenção, as pessoas passaram a conseguir mais bens e serviços, gastando menos tempo para realizar trocas comerciais.
"A moeda se torna um depositório de valor, nela está depositado um valor de troca comum a toda uma sociedade. Esse é o começo do capital econômico", explica Lucas Ferrugem em sua aula da Travessia.
Com o passar do tempo, alguns problemas foram surgindo:
Para resolver essa questão, as sociedades antigas chegaram a uma conclusão: lastrear o valor das moedas em minérios especiais, aponta o livro Casa da Moeda do Brasil: 290 anos de História, 1694/1984.
Um dos principais motivos da escolha é que praticamente todos os reinos da região da Pérsia desejavam esses metais para diversos fins e esses metais tinham uma certa escassez (o que ajudava na proteção das moedas contra falsificações).
Outros motivos eram a durabilidade dos metais que faziam as moedas durarem mais tempo. Quando os reinos da região de Satrapia chegaram a um acordo sobre essa questão, esses metais se transformaram no lastro do dinheiro, as substâncias que garantiriam o valor da moeda.
O dinheiro em papel surgiu a partir dos bilhetes que comprovavam o depósito de moedas em uma instituição. Esse costume teve início na China do século VII, aponta Alexandre Versignassi no livro Crash: uma breve história da economia: da Grécia Antiga ao século XXI.
Ao invés de levar suas moedas feitas de pedras preciosas, as pessoas entregavam o comprovante de que possuíam moedas e elas estavam protegidas em um banco.
Esse costume se multiplicou a tal ponto que o dinheiro papel-moeda passou a ser o mais usual, dando início às notas de dinheiro.
Atualmente, as transferências bancárias digitais como o pix são a nova inovação do dinheiro, mostrando a evolução orgânica dessa realidade financeira.
A mudança do escambo para a moeda fez com que os indivíduos deixassem de ir atrás de todas as suas necessidades, permitindo o que o ser humano tivesse mais tempo para se dedicar em assuntos não relacionados a sua estrita sobrevivência, como as artes e as ciências.
Lucas Ferrugem aprofunda a história do surgimento do dinheiro em sua aula "O Que é Capitalismo?" na Travessia, uma jornada de estudos autêntica com início, meio e fim bem definidos.
Reunimos uma curadoria de professores e temas relevantes numa experiência de ensino desenhada e assinada nos mínimos detalhes pela Brasil Paralelo.
Mas atenção: as inscrições fecham no dia 17 de maio e não temos previsão para abrir uma nova turma. Não perca a oportunidade de fazer parte da Travessia.
No Brasil, o dinheiro surgiu após a chegada dos portugueses, em 1500. Antes desse episódio histórico, os índios da região permaneciam no escambo.
Foi em 1568 que o rei português, Sebastião I, determinou que as moedas portuguesas fossem utilizadas na Colônia, afirma Emílio Bassoi Júnior no livro Uma Breve História do Dinheiro no Brasil - De Cabral ao Real.
Após a invasão holandesa, o Brasil passou a ter duas moedas diferentes circulando no país, o que causou um conflito comercial. Após a formação da União Ibérica, o problema foi corrigido.
Quando Dom João VI veio para o Brasil para escapar de Napoleão, os portugueses criaram o Banco do Brasil. A nova instituição passou a emitir bilhetes de depósito, o precursor do dinheiro papel-moeda.
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