A ciência entrou em uma nova fase.
Pesquisadores britânicos anunciaram na última semana o início de um projeto para escrever DNA humano do zero em laboratório sem depender de material biológico existente.
A iniciativa pretende montar, peça por peça, grandes blocos sintéticos de DNA até chegar a cromossomos completos.É a primeira tentativa desse nível com material humano
Chamado de Projeto de Genoma Humano Sintético (SynHG, na sigla em inglês), o plano é montar, peça por peça, grandes blocos de DNA sintético até alcançar cromossomos humanos completos. É a primeira vez que uma iniciativa dessa magnitude é aplicada ao material genético humano.
Chamado de Projeto de Genoma Humano Sintético (SynHG, na sigla em inglês), o plano é montar, peça por peça, grandes blocos de DNA sintético até alcançar cromossomos humanos completos. É a primeira vez que uma iniciativa dessa magnitude é aplicada ao material genético humano.
O objetivo declarado é ambicioso: acelerar tratamentos contra doenças, retardar o envelhecimento e criar células mais resistentes, capazes de reparar órgãos danificados e fortalecer o sistema imunológico. Tudo isso será feito fora do corpo, em ambiente de laboratório — sem a criação de organismos vivos, ao menos por enquanto.
A pesquisa é liderada pelo professor Jason Chin, do Instituto de Biologia Generativa da Universidade de Oxford, com apoio de cientistas das universidades de Cambridge, Kent, Manchester e do Imperial College London. O projeto recebeu um investimento inicial de 10 milhões de libras (cerca de R$ 75 milhões), financiado pela fundação biomédica britânica Wellcome Trust.
A pesquisa está sendo financiada pela Wellcome Trust com investimento inicial de 10 milhões de libras.
Tudo será feito fora do corpo, sem a criação de organismos vivos pelo menos por enquanto.
Para os envolvidos, o projeto marca um avanço comparável ao do Projeto Genoma Humano, que há 25 anos mapeou os códigos genéticos da nossa espécie. Mas agora, em vez de apenas ler, a ciência tenta escrever o código da vida do zero.
Especialistas falam em benefícios promissores:
Mas o debate sobre o tema já está acontecendo.
Críticos alertam que a tecnologia pode sair do controle. Entre as preocupações estão a criação de seres humanos modificados, uso indevido por empresas ou governos, e o desenvolvimento de armas biológicas. Também há questionamentos sobre quem será o dono dos dados e das "partes sintéticas" produzidas com esse novo poder.
“Gostamos de pensar que todos os cientistas agem com boas intenções, mas a ciência também pode ser usada para o mal”, disse Pat Thomas, diretora do grupo Beyond GM, que estuda o impacto do genoma no corpo.
A ideia de montar cromossomos sintéticos abre caminho para que, no futuro, cientistas controlem elementos fundamentais da biologia humana. Entre esses elementos estão crescimento, comportamento de células, formação de órgãos e até características hereditárias.
Quem coordena o financiamento admite os riscos, mas afirma que a tecnologia será desenvolvida de qualquer forma, com ou sem regulação. A proposta da Wellcome Trust é liderar esse processo de forma “responsável”.
“Queremos enfrentar desde já os dilemas morais que essa tecnologia levanta”, afirmou Tom Collins, responsável pela liberação dos recursos.
Para isso, um programa de acompanhamento com cientistas sociais será conduzido em paralelo ao projeto, com foco em ética e envolvimento do público.
Nos bastidores, a preocupação é outra: uma vez aberta a porta da engenharia genética sintética, será impossível fechá-la.
O professor Bill Earnshaw, da Universidade de Edimburgo, foi direto:
“O gênio saiu da lâmpada. Mesmo que coloquemos limites agora, nada impede que alguém com recursos decida criar o que quiser.”
Nos próximos anos, o mundo pode assistir à criação de partes humanas em laboratório — e, quem sabe, de organismos inteiros, com funções genéticas escritas sob medida.
O debate não é mais sobre capacidade técnica. É sobre quem terá o poder de decidir o que pode ou não ser criado. E com qual finalidade.
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