Um tribunal chinês condenou à morte 11 integrantes da família Ming, apontada como uma das mais influentes no crime organizado em Laukkaing, cidade de Mianmar na fronteira com a China.
Outros 28 familiares receberam penas que vão de prisão perpétua a mais de 20 anos. No total, 39 pessoas foram julgadas, segundo a emissora estatal chinesa CCTV.
Desde 2015, o clã administrava uma rede bilionária que incluía cassinos ilegais, tráfico de drogas, prostituição e fraudes online. O esquema teria movimentado mais de 10 bilhões de yuans (cerca de R$7,4 bilhões).
As operações da família Ming transformaram Laukkaing em um dos maiores centros de exploração do Sudeste Asiático.
Relatórios da ONU descrevem a região como epicentro da chamada “ciberescravidão”: estrangeiros aliciados com falsas promessas de emprego que acabam presos em complexos, obrigados a jornadas exaustivas de fraude digital.
Essas pessoas eram forçadas a aplicar golpes online contra vítimas no mundo todo. Segundo estimativas, mais de 100 mil trabalhadores foram submetidos a esse regime.
No complexo Crouching Tiger Villa, administrado pela família, os relatos incluem espancamentos, torturas e até execuções de funcionários que tentaram retornar à China.
A ofensiva contra o clã começou há dois anos, quando insurgentes expulsaram as forças militares de Mianmar de parte do Estado de Shan, assumindo o controle da região.
A China, que exerce forte influência local, teria dado sinal verde para a operação. O patriarca, Ming Xuechang, se suicidou durante a crise. Outros membros foram entregues às autoridades chinesas e alguns confessaram crimes.
Milhares de trabalhadores também foram repatriados e entregues à polícia chinesa.
Com o julgamento, Pequim sinaliza disposição em endurecer o combate a esquemas de fraude transnacionais. A pressão chinesa levou países vizinhos, como Tailândia e Camboja, a agir contra estruturas semelhantes.
Apesar das prisões, especialistas alertam que a atividade não foi eliminada, mas apenas deslocada. Grande parte das operações migrou para o Camboja e para outras áreas de Mianmar, onde os campos de “ciberescravos” continuam ativos.
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