O interesse pelo intelecto
Viktor Frankl, uma criança judia, se encantou pelos debates e a vida intelectual de Viena. Com apenas 15 anos, tomou uma decisão inusitada: enviar uma carta a Sigmund Freud que, surpreendentemente, o respondeu. Apesar da admiração, Frankl trilhou caminhos próprios e se formou por diferentes influências. Ainda na adolescência, começou a se distanciar das ideias freudianas.
Ele chegou a se juntar à Sociedade Adleriana em 1924, grupo que comungava das ideias do famoso psicólogo Alfred Adler, mas acabou saindo por discordâncias. Essas várias influências levaram o autor a desenvolver sua própria teoria, a logoterapia.
A logoterapia é uma abordagem psicoterapêutica criada por Viktor Frankl que coloca a busca por sentido como a força central da vida humana. Diferente da psicanálise de Freud, focada em instintos, ou da psicologia de Adler, centrada em poder, a logoterapia de Frankl propõe que, mesmo diante do sofrimento inevitável, as pessoas podem encontrar motivação ao dar significado às suas experiências. Esse pensamento foi fundamental para que ele sobrevivesse a todo o trauma que viria.
Ele foi capturado pelos nazistas
A Segunda Guerra Mundial começou em 1939 e já neste momento eram conhecidas na Europa as leis nazistas de perseguição aos judeus. Em 1941, Frankl teve a chance de escapar para os Estados Unidos com um visto, mas escolheu permanecer em Viena ao lado de seus pais idosos, uma decisão que mudaria sua vida para sempre.
Em 1942, com a ocupação nazista da Áustria, ele e sua família foram arrancados de casa e levados para o campo de concentração de Theresienstadt. Mais tarde, transferido para Auschwitz e outros campos, Frankl enfrentou privações e perdas que colocariam à prova sua teoria de que o sentido da vida pode sustentar a alma mesmo nos piores momentos.
A teoria de Viktor Frankl
Nos campos, enquanto via colegas sucumbirem ao desespero, Frankl observou que aqueles com algo pelo o que viver, seja um filho a reencontrar ou uma obra a concluir, resistiam mais.
Ele próprio se agarrava à imagem de sua esposa, Tilly, e à ideia de reconstruir sua vida. Libertado em 1945, escreveu Em Busca de Sentido, em que relata como a logoterapia nasceu dessa experiência.
O livro, publicado em 1946, tornou-se um clássico, traduzido para mais de 30 idiomas e vendido milhões de cópias, consolidando Frankl como um pensador que transformou a tragédia em lição universal.
Após a guerra, ele voltou à Viena, casou-se novamente com Eleonore Schwindt, com quem teve uma filha e trabalhou como chefe de neurologia no Hospital Policlínico até 1971.
Até sua morte, em 1997, aos 92 anos, Frankl defendeu que o sentido não é algo fixo, mas uma escolha diária, uma mensagem que ressoa hoje em um mundo de crises e vazio existencial. Para ele, o verdadeiro desafio não é evitar o sofrimento, mas decidir o que fazer com ele.
A falta de sentido, tem levado as pessoas a viverem um verdadeiro vazio existencial. Encontrar um sentido para a vida, não é importante apenas para situações extremas, mas especialmente necessário no dia a dia.
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