O CEO do Rumble, Chris Pavlovski, criticou nesta o bloqueio da plataforma no Brasil e afirmou que o país é hoje “a única democracia do mundo” a manter restrições ao serviço.
“O Brasil está sozinho como a única ‘democracia’ a bloquear o Rumble”, escreveu Pavlovski na rede X. “Isso mostra exatamente de que lado está o governo brasileiro — não é uma verdadeira democracia, mas está alinhado com China, Coreia do Norte e Rússia.”
A declaração aconteceu nesta quarta-feira (15) após o restabelecimento das operações do Rumble na França, suspensas desde 2022.
Com isso, o Brasil passou a ser o único país democrático do mundo a restringir o acesso à plataforma de vídeos, segundo Pavlovski.
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A polêmica começou quando o governo francês exigiu que o Rumble bloqueasse o acesso a conteúdos de veículos russos como o Russia Today e o Sputnik, em meio à guerra da Rússia contra a Ucrânia.
Chris Pavlovski decidiu então encerrar as atividades da plataforma no país em sinal de protesto.
“Ficamos surpresos em 2022 quando recebemos uma solicitação do governo francês para bloquear determinadas fontes de notícias. Em vez de cumprir a ordem, desativamos o acesso à plataforma na França e contestamos a legalidade da exigência.”
O caso foi revertido agora, com decisão favorável à empresa. Fora do Brasil, o Rumble já enfrentou pressões em países como Austrália e Nova Zelândia, mas nesses casos o bloqueio não chegou a ser aplicado.
O Supremo Tribunal Federal determinou o bloqueio do Rumble em fevereiro de 2025, por ordem do ministro Alexandre de Moraes.
A decisão ocorreu depois que a empresa recusou-se a cumprir ordens judiciais, como a remoção do perfil do jornalista Allan dos Santos, investigado por disseminação de notícias falsas e ataques ao Judiciário.
“Determino a suspensão imediata, completa e integral do funcionamento do Rumble Inc. em território nacional, até que todas as ordens judiciais sejam cumpridas e seja indicado um representante legal no Brasil”, escreveu Moraes.
De acordo com o STF, o Rumble descumpriu notificações e multas impostas pela Justiça e não nomeou um representante no país. A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) foi encarregada de executar o bloqueio.
O STF afirmou que a empresa tentou “driblar a lei brasileira” ao operar sem sede no país e ignorar determinações judiciais.
O ministro Moraes também criticou o CEO Chris Pavlovski, dizendo que ele “confunde liberdade de expressão com liberdade de agressão”.
A Corte defendeu que a suspensão foi necessária diante do “uso abusivo da liberdade de expressão para práticas ilícitas”, o que configuraria crime e responsabilidade civil.
Em nota à imprensa, o Rumble classificou a decisão como “censura extraterritorial” e informou que avaliava “todas as vias possíveis para contestar a medida”.
“O Rumble defende o direito à livre expressão e se opõe a qualquer forma de censura imposta por governos”, afirmou o comunicado.
Com a liberação na França, o Rumble agora opera normalmente na maioria dos países democráticos. As restrições permanecem apenas em regimes autoritários, como China, Rússia e Coreia do Norte. No Brasil, o caso continua sob análise do Supremo.
O impasse reacende o debate sobre limites da liberdade de expressão e o papel das plataformas digitais nas investigações conduzidas pelo Judiciário.
“Não se trata de liberdade de expressão, mas de cumprir a lei”, argumenta o STF. “É censura disfarçada”, rebate o Rumble.
Entre críticas e disputas judiciais, o caso coloca o Brasil no centro de uma tensão global entre regulação e liberdade digital.
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