Com informações da Folha de São Paulo

O general Walter Braga Netto chamou Mauro Cid de mentiroso duas vezes. A declaração foi feita durante uma acareação no Supremo Tribunal Federal, na manhã desta terça-feira (24).

A sessão durou cerca de 1h30 e, por ordem do ministro Alexandre de Moraes, ocorreu a portas fechadas, sem gravação em vídeo ou áudio. Apenas uma ata oficial foi lavrada.

Mauro Cid permaneceu com a cabeça baixa durante todo o encontro e não rebateu as acusações.

A defesa de Braga Netto criticou a restrição e afirmou que acionará a OAB por violação das prerrogativas profissionais da advocacia.

O que é uma acareação?

A acareação é um procedimento usado para esclarecer contradições entre depoimentos. Investigados com versões conflitantes são colocados frente a frente para que confrontem suas declarações diretamente.

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Segundo o relato da defesa, Mauro Cid manteve a cabeça baixa durante toda a sessão e não respondeu às acusações feitas pelo general.

Os dois apresentaram versões opostas sobre a entrega de dinheiro vivo em 2022. Segundo Cid, Braga Netto repassou os valores para financiar ações golpistas. Entre os alvos estariam a prisão e até o assassinato do ministro Alexandre de Moraes.

Braga Netto nega qualquer envolvimento e aponta contradições no depoimento do ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro.

De acordo com seu advogado, Cid apresentou três versões diferentes sobre o local da suposta entrega do dinheiro: mencionou uma garagem, uma segunda garagem e uma sala da ajudância de ordens.

A acareação desta terça-feira faz parte das investigações sobre a tentativa de golpe em 2022, e acontece no mesmo dia em que outras figuras importantes do governo Bolsonaro, como Anderson Torres e o general Freire Gomes, também prestam esclarecimentos ao STF.

Braga Netto é amigo do pai de Mauro Cid desde os tempos da Academia Militar das Agulhas Negras, na década de 1970. Segundo a defesa, ele conhece do ex-ajudante de ordens desde que o tenente-coronel era criança.