O cenário político para a eleição municipal em São Paulo ganhou um novo capítulo na noite de quinta-feira, 12 de setembro. Na ocasião, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) fez uma aparição surpresa durante um jantar de empresários em apoio ao atual prefeito Ricardo Nunes (MDB), que concorre à reeleição.
Por meio de uma ligação de vídeo, Bolsonaro reforçou seu apoio ao emedebista. "Torço por você, tenho certeza que haverá segundo turno e seremos vitoriosos" , disse o ex-presidente em trecho da chamada. O gesto foi visto como uma mudança significativa na postura do presidente de honra do Partido Liberal, que havia optado por manter um apoio mais tímido e discreto a Nunes.
Até recentemente, Bolsonaro hesitava em manifestar apoio formal, fazendo apenas acenos leves à candidatura do atual prefeito, enquanto também flertava” com a de Pablo Marçal (PRTB).
Com o ex-presidente aparentemente mais convicto, a expectativa, segundo aliados, é de que ele entre “de cabeça” na campanha de Nunes. A mudança veio em um momento estratégico: o último levantamento do Datafolha indica um pequeno aumento nas intenções de votos de Nunes. Atualmente 27% dos eleitores declaram que votariam em Nunes, enquanto Marçal aparece com 19%. Interlocutores apontam que a mudança de postura de Bolsonaro pode ter sido influenciada também pela recente divulgação de dados eleitorais e pelas dinâmicas internas da base associada ao campo da direita.
Antes do início da disputa, Bolsonaro havia declarado que Nunes "não era o candidato dos sonhos" e fez algumas sinalizações discretas para Marçal. No entanto, com o avanço do prefeito nas pesquisas, a estratégia foi ajustada.
Outro político que sinalizou de maneira positiva em relação à campanha de Nunes (MDB) foi o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). No mesmo evento, afirmou que o atual prefeito é um candidato que “trabalha” e não “lacra” .
A aproximação mais direta de Bolsonaro com Nunes foi vista como um impulso positivo pela campanha.
Enquanto o presidente de honra do PL ainda divide seu tempo em compromissos de campanha em outras cidades, existe a possibilidade de ele apareça mais ao lado de Nunes em eventos e na propaganda eleitoral. Esse apoio é bem visto em uma disputa acirrada, onde o eleitorado conservador de São Paulo pode ser determinante para garantir a reeleição do atual prefeito, sobretudo em um momento em que Nunes (MDB) enfrentou algumas polêmicas.
Nos debates, é constantemente questionado sobre um programa da prefeitura de São Paulo denominado “Saúde para Todes”. Marçal já o acusou de promover linguagem neutra.
Na última semana, outra controvérsia ganhou as redes sociais. Na sabatina do jornal Estadão, o prefeito se afirmou católico e pró-vida. No entanto, disse que, se eleito, garantirá o direito ao aborto previsto em lei:
“Eu sou católico praticante, sou pró-vida, defendo a vida desde a concepção. Agora, é óbvio que defendo o aborto legal, previsto em lei e por decisão judicial. Não houve, na minha gestão, e não haverá, nenhum tipo de descumprimento em relação a isso”.
Afirmou também que, caso seja eleito, intenciona punir servidores que se negarem a realizar o procedimento, especialmente no caso de mulheres vítimas de estupro:
“Com certeza [vamos punir]. E, por isso, temos a nossa Ouvidoria, a nossa Controladoria, e todos os mecanismos necessários para corrigir qualquer desvio de algum funcionário.”
Esses recortes da entrevista circularam nas redes sociais, especialmente entre os grupos pró-vida.
Tais polêmicas dificultam o acesso de Nunes (MDB) a um eleitorado entre o qual Bolsonaro é bastante popular. Por essa razão, à medida que a fase final da campanha se aproxima, apoios importantes, como o do ex-presidente, podem ganhar ainda mais relevância.
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