Apesar de ser chamado de Jesus de Nazaré nos evangelhos, Jesus Cristo nasceu em Belém. A cidade fica na Judéia, território localizado no Sul de Jerusalém. 

Conforme a tradução da Bíblia de Jerusalém, no Evangelho de Lucas é mencionado que o imperador romano Augusto havia convocado um censo. Isso obrigou o casal a viajar até a cidade natal de José para atender à exigência de registro imposta pelas autoridades.

Lá, Maria entrou em trabalho de parto e Jesus nasceu. Eles estavam em um estábulo, porque não havia vaga para eles em nenhuma pousada. 

No entanto, Jesus viveu com os pais na cidade de Nazaré, que ficava na Galiléia. Hoje, o território pertence à Cisjordânia. 

De acordo com sociólogo Bolívar Lamounier, na Antiguidade não existiam sobrenomes. Por isso, as pessoas eram identificadas pela cidade onde nasceram, por seus pais ou até mesmo por sua profissão.

Era como falar que alguém é a “Maria de São Paulo” porque ela vive em São Paulo, ainda que tenha nascido em Minas Gerais, por exemplo.

O pai de Jesus, por exemplo, era conhecido como “José, o carpinteiro”. Já Isaque era chamado de “Isaque, o filho de Abraão”.

Por isso, o nome “Jesus de Nazaré”.   

Jesus também era conhecido como “Jesus, o nazareno”, “Jesus, o filho de
José”ou “Jesus, o filho do carpinteiro”.  

A história do nascimento de Jesus é contada de forma lúdica no filme A Estrela de Belém. Disponível no catálogo da BP Select, a animação mostra esse fato histórico pela perspectiva dos animais que estavam no estábulo onde Jesus nasceu. 

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Alguns estudiosos contestam essa versão. Um artigo da revista Veja de junho de 2015 afirma que a associação de Jesus com Belém pode ter sido motivada por profecias messiânicas.

Isso porque profecias diziam que o filho de Deus nasceria na cidade. No livro do profeta Miquéias, capítulo 5, versículo 2, está escrito: 

“E tu, Belém, da terra de Judá, de modo algum és a menor entre as principais cidades de Judá; pois de ti sairá o Guia, que como pastor, conduzirá Israel, o meu povo”.

Por isso, eles acreditam que tudo foi uma adaptação para convencer as pessoas de que Jesus era mesmo o Messias. 

O historiador irlandês John Dominic Crossan alega, em seu livro Jesus, a Revolutionary Biography (Em tradução livre, “Jesus, uma biografia revolucionária”) que não existiam censos na região da Palestina durante o reinado do imperador Augusto. 

Ele também afirma que não existia a prática de pedir para que as pessoas fossem para a cidade onde nasceram para se registrar: 

“A ideia de que todos tivessem de voltar a suas casas ancestrais para se registrar e depois voltassem para onde viviam seria um pesadelo burocrático”.

Por outro lado, um texto publicado no site do grupo católico Opus Dei cita que autores cristãos confirmam a versão bíblica de que Jesus nasceu em Belém. 

Entre eles há Justino, santo católico que nasceu no ano 100 d.C, na Palestina. Ele afirma em seu livro Diálogo com Trifão que a história sobre o nascimento de Jesus era contada de pai para filho no último século.

No diálogo, ele afirma que as pessoas contavam umas às outras sobre o fato e até mesmo mostravam onde era o local do nascimento de Cristo. 

O local e as condições em que Cristo nasceu são importantes para a narrativa descrita na Bíblia, pois simbolizam a simplicidade daquele que veio como o Rei.