Muitos artistas como Rodrigo Gurgel e Gerald Thomas consideram a Lei Rouanet como um dos projetos públicos mais caóticos do Brasil. Em 2016, a Operação Boca Livre descobriu mais de 180 milhões roubados dos cofres públicos através do sistema da lei de incentivo à cultura.
Para a gestora cultural Flávia Faria Lima:
“Todas as notícias de corrupção envolvendo a Lei Rouanet que aparecem e apareceram nas manchetes podem ser apenas a ponta de um iceberg com desdobramentos que nós não vemos.
O sistema SALIC foi feito para que apenas as grandes empresas e produtoras consigam o incentivo fiscal. Foram formados verdadeiros cartéis que se aproveitam da Lei Rouanet”, disse em entrevista ao novo documentário da BP, Aos Amigos, A Lei.
Para solucionar a questão, Flávia propõe um novo sistema.
A nova proposta: o Sistema Integrado de Cultura (SIC)
Segundo Flávia, o Sistema Integrado de Cultura (SIC) busca acabar com os possíveis cartéis formados pelo Sistema de Apoio às Leis de Incentivo à Cultura (SALIC) e a facilitar a fiscalização e a transparência da Lei Rouanet.
Alguns dos principais métodos de funcionamento pensados para o SIC são:
- Todos os procedimentos de aprovação e fiscalização de um projeto devem acontecer no mesmo sistema, o que não ocorre no SALIC;
- Através do aplicativo do SIC, todos os cidadãos podem ter acesso aos valores repassados para os artistas e as empresas beneficiadas pelo incentivo fiscal;
- Diferente do SALIC, o SIC deve possuir um subsistema chamado Pontes de Fomento. Esse sistema seria responsável por direcionar parte dos incentivos fiscais apenas para os artistas com poucos recursos;
- As grandes empresas não podem patrocinar os mesmos produtores e artistas com os incentivos concedidos pelo governo. O SIC faria com que houvesse um rodízio nos projetos financiados, impedindo a formação de cartéis;
- O sistema avaliaria todas as empresas patrocinadoras e todos os artistas e produtores que requererem incentivo fiscal nas diferentes leis de incentivo do país, sejam elas nacionais, estaduais ou municipais. Esse sistema busca impedir o desvio de verba e formação de cartéis que tentem se aproveitar de diferentes leis de incentivo à cultura.
Flávia apresentou a proposta para o governo Bolsonaro e o governo Lula, mas não obteve respostas positivas. No documentário Aos Amigos, a Lei, a equipe da Brasil Paralelo acompanhou Flávia em algumas de suas viagens a Brasília para tentar conversar sobre mudanças na lei.
A história de Flávia e a cultura no Brasil
Para muitos políticos e especialistas em artes, como o deputado federal Sóstenes Cavalcante e o especialista em cultura Ronaldo Bianchi, Flávia é a maior conhecedora da Lei Rouanet no país.
A carreira de Flávia como gestora cultural começou nos anos 70, quando passou a ajudar diversos artistas a tirarem suas ideias do papel.
Em Aos Amigos, a Lei, a gestora cultural compartilhou algumas de suas principais observações sobre o mundo da cultura e os bastidores do poder político.
Como a Lei Rouanet funciona atualmente?
Para Flávia, a Lei Rouanet não democratiza a cultura hoje porque:
- a lei permite que os investimentos fiquem concentrados nos grandes artistas;
- a lei tem brechas de fiscalização e prestação de contas que favorecem a corrupção;
- a lei dificulta o acesso dos pequenos artistas e produtores aos benefícios.
Conluio das grandes empresas
A CPI da Lei Rouanet descobriu que poucas pessoas que conheciam o Sistema de Apoio às Leis de Incentivo à Cultura (SALIC) criavam várias empresas para conseguir mais incentivos fiscais. A pequena casta de grandes produtoras impedia que os pequenos artistas conseguissem os incentivos fiscais da lei.
Foram descobertos:
- 9. 700 casos de patrocinadores com a mesma conta de email;
- 12. 700 casos de patrocinadores com o mesmo sócio;
- 3. 010 casos de patrocinadores com o mesmo contador.
- e outros casos de notas frias e lavagem de dinheiro.
A fiscalização não conseguia descobrir os desvios porque o sistema de auditoria acontecia por fora da SALIC.
Após anos de estudo do atual sistema, Flávia Faria desenvolveu uma proposta que promete aprimorar o funcionamento da Lei Rouanet.
Com grande conhecimento técnico no campo cultural, Flávia foi uma das principais depoentes na CPI da Lei Rouanet. Ela também integrou o Fórum Faz Cultura, um movimento apartidário em prol da transparência e democratização de políticas públicas culturais.
O novo documentário da Brasil Paralelo revela os mecanismos por trás de uma das leis mais famosas do Brasil
Aos Amigos, a Lei é a nova produção original da Brasil Paralelo que traz o seguinte questionamento: afinal, a lei Rouanet desenvolve a cultura brasileira?
Veja um documentário inédito que revela os mecanismos do sistema, e mostra o que há por trás das leis de incentivo à cultura.
- Conheça detalhes sobre os casos de corrupção que marcaram a história do país;
- Entenda qual a relação entre o Estado e fomento da cultura;
- Descubra se a lei de fato passou a ser utilizada em benefício de grandes artistas e produtores culturais renomados.
Reunimos mais de 25 entrevistados entre políticos, professores e escritores para nos ajudar a compreender os pontos positivos e negativos da Lei Rouanet.
Em breve, você poderá assistir Aos Amigos, a Lei, aproveite a promoção de pré-venda! Para ficar por dentro de todas as novidades e saber em primeira mão como assistir à nova produção, cadastre-se no link.



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