A origem histórica do Carnaval
Existem diversas teorias históricas sobre qual é a origem do carnaval. As principais explicações aceitas por historiadores hoje remontam ao Império Romano. As festas em honra ao deus Baco, os bacanais, e a festividade romana conhecida como Saturnália, em honra a Saturno, deus da abundância, da fertilidade, são os primeiros indícios do que se tornou o carnaval.
Com a cristianização do Império Romano, a abundância dessas festas, seja no quesito da alimentação, da embriaguez, ou até do hedonismo, foram perdendo força.
No século XI, a República de Veneza, cidade italiana, voltou a promover bailes semelhantes às festas romanas.
O Carnaval de Veneza é um dos carnavais mais famosos do mundo. A festa data de 1094, quando Vitale Falier, de uma das famílias mais importantes da cidade, decidiu que, antes da Quaresma, a população merecia o direito de se divertir com jogos e brincadeiras.
Com o tempo, o carnaval foi mudando de aspecto, os jogos deixaram de ser jogos inocentes, as pessoas passaram a promover o uso de máscaras e fantasias para pular o carnaval.
A palavra carnaval é originária do latim, carnis levale, cujo significado é "retirar a carne". Esse sentido está relacionado ao jejum que deveria ser realizado durante a quaresma e também ao controle dos prazeres mundanos.
As festas se tornaram um momento em que as pessoas abandonam a própria identidade e faziam o que quisessem. Atos imorais, crimes e golpes começaram a se tornar práticas próprias do carnaval
O caso foi tão grave que, por um período, as autoridades de Veneza proibiram o uso de máscaras durante a noite, em locais sagrados e em casas de jogos.
A festa então foi se popularizando pela Europa. As festividades do carnaval antecediam o período de quaresma dos cristãos. Servindo de momento de alegria e descompressão antes dos jejuns próprios deste tempo litúrgico.
Todas essas teorias foram apresentadas pelo historiador Guilherme Almeida, em entrevista exclusiva à Brasil Paralelo.
No século XX, salões nobres de festa do Rio de Janeiro passaram a reproduzir as festividades carnavalescas da Europa.
O povo também quis aproveitar os dias de festa e alegria que antecedem a quaresma. Enquanto o carnaval da burguesia carioca acontecia nos salões de festa, o povo tomava as ruas.
Nas músicas de rua, o samba foi o ritmo que tomou conta da festividade popular. Foi nas favelas que surgiram as tradições populares que fundaram as escolas de samba.
A origem das escolas de samba
A festividade do carnaval tomou as ruas do Rio de Janeiro. O povo se empolgava com a música, a alegria e tradições foram surgindo. O ritmo do samba ganhou um pouco de intensidade e deu origem às marchinhas.
Cada comunidade do Rio de Janeiro queria colorir o carnaval com suas cores. Cada comunidade elegia uma rainha para conduzir a festa na rua, ela era adornada com as cores e os símbolos do grupo.
Ao lado da rainha, havia um capoeirista protegendo-a. Este depois se tornou o mestre-sala, segundo o historiador Guilherme Almeida.
Rainha da Bateria, Mestre Sala e Porta Bandeira
Na tradição das escolas de samba brasileiras, a porta-bandeira, o mestre-sala e a rainha da escola desempenham papéis importantes no desfile de carnaval.
A porta-bandeira é responsável por conduzir a bandeira da escola de samba, que representa as cores e símbolos da agremiação.
Ela dança em sintonia com o mestre-sala, formando uma dupla que simboliza a elegância e a tradição da escola. A porta-bandeira deve ter habilidades em dança e um bom domínio da bandeira, para conduzi-la com graça e precisão ao longo do desfile.
O mestre-sala é o parceiro da porta-bandeira e representa a figura masculina na dupla. Ele também dança em sintonia com a porta-bandeira e é responsável por conduzir o estandarte da escola, que carrega o nome e a logomarca da agremiação.
O mestre-sala deve ter habilidades em dança, boa postura e elegância para representar a escola de samba da melhor forma possível.
A rainha da escola é a representante da escola de samba e deve liderar o desfile com charme, beleza e muita simpatia. Ela é responsável por animar o público e mostrar o samba no pé, dançando ao longo do desfile em um traje que representa as cores e o tema da escola.
A rainha da escola deve ter habilidades em dança, carisma e um bom relacionamento com a comunidade da escola de samba.
Veja as principais escolas de samba do Brasil: