Xi Jinping se reuniu com Vladimir Putin e Narendra Mori em uma cúpula da Organização de Cooperação de Xangai (OCX), em Tianjin.
O presidente chinês aproveitou o encontro para exibir diplomacia, poder militar e narrativa histórica como instrumentos de influência global.
A reunião foi marcada pela presença de mais de 20 chefes de Estado da Ásia e do Oriente Médio. Em seguida, o grupo seguiu para um desfile militar em Pequim.
O evento comemorou os 80 anos do fim da Segunda Guerra. O governo chinês exibiu mísseis e caças de última geração e utilizou como palco para Xi reafirmar o papel da China no centro de uma nova ordem internacional.
Para Narendra Modi, primeiro-ministro da China, as tarifas de 50% impostas por Washington a produtos indianos levantaram dúvidas sobre depender demais dos EUA.
Para Vladimir Putin, o encontro com Donald Trump no Alasca enfraqueceu os esforços do Ocidente de puni-lo pela invasão da Ucrânia. Xi buscou transformar esse cenário em oportunidade, aproximando-se de Nova Délhi e reforçando a parceria com Moscou.
Em encontro no domingo, Xi declarou que China e Índia deveriam ser “parceiros e não rivais” e que os dois países podem oferecer “oportunidades de desenvolvimento mútuo em vez de ameaças”.
Modi respondeu em tom semelhante, afirmando que a paz na fronteira é fundamental para melhorar a convivência entre os dois países.
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Nos discursos, Xi e Putin defenderam uma releitura da Segunda Guerra, ressaltando o papel decisivo de seus países e questionando a centralidade do Ocidente na vitória aliada.
Pesquisadores da Brooking Institute classificam esse movimento como parte de uma “guerra da memória”, em que China e Rússia oferecem uma versão alternativa da história para reforçar sua legitimidade política.
“Além do esplendor marcial e dos lembretes visuais das contribuições dessas nações para o esforço de guerra, os desfiles fazem parte de uma 'guerra da memória' em curso”.
Ao discursar na cúpula, Xi prometeu cerca de R$1,520 bilhão em apoio aos membros da OCX e defendeu a criação de um Banco de Desenvolvimento próprio. Sem citar os Estados Unidos, criticou a “hegemonia” e a “mentalidade da Guerra Fria”.
Jonathan Czin, do Centro John L. Thornton sobre China, aponta que, em meio à guerra comercial travada por Donald Trump e ao recuo americano em organismos internacionais, Pequim busca se apresentar como força de estabilidade e cooperação econômica.
O encontro reforçou a imagem de Xi ao lado de Putin como parceiros próximos e sinalizou que, apesar das tensões com o Ocidente, a China pretende consolidar seu papel como centro de gravidade para países emergentes.
Há décadas China e Rússia disputam com os Estados Unidos a liderança da política global. Os dois países têm cada vez mais sucesso, enquanto os EUA passam por dificuldades para manter sua posição.
Uma nova Guerra Fria está acontecendo? O que acontecerá com o mundo se a China e a Rússia assumirem o protagonismo político?
Buscando analisar as consequências dessa disputa política internacional, a Brasil Paralelo elaborou o seu primeiro documentário internacional: O Fim das Nações.
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