Trump anuncia cessar-fogo entre Irã e Israel. Silêncio das partes gera incerteza

Teerã tenta evitar uma escalada da guerra contra os Estados Unidos

Nos bastidores, há indícios de que Teerã tenta evitar uma escalada com os Estados Unidos. Assim como em 2020, quando retaliou o assassinato do general Qasem Soleimani com ataques previamente avisados, o Irã teria alertado sobre os mísseis contra Al Udeid, sinalizando que queria marcar posição sem provocar uma guerra total.

Enquanto isso, o cenário em campo seguia tenso. Israel intensifica bombardeios sobre alvos estratégicos em Teerã — entre eles, um quartel paramilitar e rotas de acesso à instalação nuclear de Fordo, já atingida pelos EUA dias antes. Sirenes soaram em diversas cidades israelenses, enquanto a população corria para abrigos.

No mesmo dia, o chanceler iraniano Abbas Araghchi se reuniu com Vladimir Putin em Moscou. O presidente russo condenou os ataques americanos como “agressão absolutamente não provocada”, mas evitou se comprometer com apoio militar ao Irã.

Qual é o impacto no  resto do mundo?

A União Europeia pediu moderação. Kaja Kallas, chefe da diplomacia do bloco, alertou que “o risco de retaliações e escalada é imenso”. Em Viena, a Agência Internacional de Energia Atômica convocou uma reunião de emergência. 

O diretor Rafael Grossi foi direto:

 “A destruição pode atingir níveis inimagináveis”.

Consequências econômicas para o mundo

No plano econômico, os mercados reagiram com alívio cauteloso. O petróleo recuou e as bolsas subiram após os mísseis iranianos, sinalizando que os investidores enxergam o ataque como limitado. Ainda assim, o temor persiste: qualquer interrupção no Estreito de Ormuz — ponto crucial do fluxo global de petróleo — pode causar um choque nos preços.

E o programa nuclear iraniano?

Segundo Trump, os ataques americanos “destruíram completamente” a infraestrutura nuclear do Irã. No entanto, segundo fontes do alto escalão do governo, o status do programa é incerto. Ninguém sabe ao certo o que aconteceu com o estoque de urânio enriquecido do regime.

A guerra parece ter dado uma pausa. Mas a diplomacia agora corre contra o tempo para impedir que esse silêncio se transforme em novo estrondo.

Com informações do The New York Times e colaboração de River Akira Davis.