O trabalhador brasileiro leva uma hora para produzir o que um americano faz em 15 minutos. Segundo o Conference Board de 2024, um profissional no Brasil entrega, em média, 23,5% do resultado de um americano — ou seja, para cada dólar de valor agregado produzido por um americano, o brasileiro gera cerca de 23 centavos. Esse dado vem do Produto Interno Bruto (PIB) ajustado pela paridade de poder de compra, dividido pelas horas trabalhadas. A produtividade, que mede o valor gerado por hora, é um termômetro da eficiência de uma economia.
No Brasil, os indicadores revelam um atraso crônico de décadas. Apesar de trabalhar 39,5 horas por semana, mais que a média de países como Itália e Alemanha (segundo a OCDE), o brasileiro entrega resultados inferiores. Esse padrão atravessa a indústria, serviços e até a agricultura — mesmo com o agronegócio se destacando globalmente —, como já apontava a revista Veja em 2019. Enquanto o mundo avança, o Brasil patina, pesando no caixa das empresas e no dia a dia dos trabalhadores.
Problemas de infraestrutura e impostos altos atrapalham fluxos de produção
Fatores externos, como estradas precárias, portos ineficientes, burocracia e carga tributária elevada, comprometem o desempenho. No entanto, o problema vai além: a baixa qualidade da educação é um obstáculo central que limita qualquer tentativa de acelerar o passo.
Educação: mais estudo, mesma produtividade
O brasileiro médio tem 8,1 anos de estudo (IBGE), contra mais de 12 nos EUA. Entre 2000 e 2021, a escolaridade subiu de 7,4 para 9,8 anos, e o índice de concluintes do ensino superior passou de 14,1% em 2012 para 23% em 2023 (PNAD Contínua, 2022). Ainda assim, a produtividade não acompanhou. Nos EUA, a formação permite executar tarefas complexas com agilidade — como um operador de máquina que usa sistemas digitais para dobrar a eficiência —, enquanto no Brasil a educação básica restringe o uso de tecnologias avançadas.
Paulo Sardinha, presidente da Associação Brasileira de Recursos Humanos, explica: “Se o profissional estiver em condições inadequadas de saúde ou sem acesso a educação de qualidade, ele não performará no seu melhor”. A estagnação reflete a estrutura econômica e a qualidade do ensino, que não acompanham o aumento de diplomas.



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