Guerra Oculta - Estreia exclusiva
Evento de lançamento começa em
00
D
00
H
00
M
00
S
December 2, 2025
Ative o lembrete
This is some text inside of a div block.
3
min de leitura

Heading

Lorem ipsum dolor sit amet, consectetur adipiscing elit. Suspendisse varius enim in eros elementum tristique. Duis cursus, mi quis viverra ornare, eros dolor interdum nulla, ut commodo diam libero vitae erat. Aenean faucibus nibh et justo cursus id rutrum lorem imperdiet. Nunc ut sem vitae risus tristique posuere.

Por
This is some text inside of a div block.
Publicado em
This is some text inside of a div block.
This is some text inside of a div block.
Política
3
min de leitura

Resumo: o que você precisa saber sobre a PGR pedindo a condenação de Bolsonaro

Documento aponta ligação do ex-presidente com os atos de 8 de janeiro. Julgamento pode ocorrer já em setembro.

Por
Redação Brasil Paralelo
Publicado em
15/7/2025 16:02
CNN

Nos minutos finais de segunda-feira, às 23h46, do dia 14 de julho, o procurador-geral da República protocolou no STF um extenso documento. Nele, descreve um plano organizado e contínuo para atacar as instituições democráticas.

Ele afirma que o grupo era liderado por Jair  Messias Bolsonaro e composto por figuras-chave do governo, das Forças Armadas e de órgãos de inteligência. 

Segundo o documento, os membros implementaram um plano sistemático para impedir a posse de Lula e manter o capitão no Planalto.

Gonet lista cinco crimes:

  • tentativa de golpe, 
  • abolição violenta do Estado de Direito, 
  • organização criminosa armada, 
  • dano qualificado e 
  • deterioração de patrimônio tombado. 

A soma das penas pode chegar a 43 anos. O cerne da acusação afirma que Bolsonaro converteu o aparato estatal em máquina de difusão de desinformação. O objetivo seria minar a confiança nas urnas e criar terreno fértil para um ato de força.

O que consta no documento?

O documento diz que, desde 2021, o Palácio do Planalto produziu e espalhou minutas de decreto, lives oficiais, relatórios militares e dossiês fabricados contra as urnas. Um dos papéis, apreendido numa gaveta de assessores, previa “Estado de Sítio”, “substituição de todo o TSE” e a frase‑chave “Lula não sobe a rampa”. “Organização e método foi, a propósito, a tônica de todo o processo criminoso”, afirma o documento. 

Diz a PGR, que a ruptura não ocorreu, “pela fidelidade do Exército – não obstante o desvirtuamento de alguns de seus integrantes – e da Aeronáutica à força normativa da Constituição”.

Atos de 8 de janeiro entram no cálculo

Para o Ministério Público, a violência que destruiu o Congresso, o Supremo e o Planalto no 8/1 foi a culminação de dois anos de planejamento do ataque. O parecer descreve “depredação generalizada […] com método e organização” e responsabilizar Bolsonaro por liderar o grupo:

“O líder enaltecido pelos manifestantes era Jair Bolsonaro […] exatamente nos mesmos moldes da narrativa construída e propagada pela organização criminosa.”

O que Bolsonaro disse no depoimento

Em 10 de junho, diante do relator do processo, Alexandre de Moraes, o ex‑presidente negou os ataques:

“Eu confirmei que me reuni com os comandantes das Forças Armadas para falar sobre GLO, mas não discutimos plano de golpe, e sim ‘possibilidades dentro da Constituição’.” – Jair Bolsonaro

Ele ainda rotulou os radicais que invadiram Brasília de “malucos” e pediu desculpas ao ministro por insinuações de lucro nas urnas. Após o depoimento, o ministro liberou a inclusão de um relatório extra da PF com 135 páginas de novas provas – gravações, chats e a chamada “minuta do golpe” –, reforçando a narrativa de direção centralizada no Planalto.

PGR descarta perdão judicial

Tenente-coronel e ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, Mauro Cid entregou arquivos, áudios e registros de reuniões clandestinas.

A PGR reconheceu a “eficácia pontual” da delação para esclarecer parte dos fatos, mas avaliou que, ao tratar de sua própria atuação, os relatos foram “superficiais e pouco elucidativos, especialmente quanto aos fatos de maior gravidade”.

Por isso, Gonet descartou o perdão judicial e defendeu apenas a redução mínima de um terço da pena.
“Diante do comportamento contraditório, marcado por omissões e resistência ao cumprimento integral das obrigações pactuadas, entende-se que a redução da pena deva ser fixada em patamar mínimo”, afirmou.

Conversas extraídas do celular de Cid mostram tentativas de pressionar o então comandante do Exército, general Freire Gomes, que teria resistido a assinar um decreto de intervenção. 

Já o almirante Almir Garnier e o general Paulo Sérgio Nogueira, segundo a PF, teriam aderido ao plano. Ambos foram indiciados.

A PGR também citou um suposto perfil em rede social ligado a Cid, usado para comentar o próprio acordo de delação. Para Gonet, mesmo que a conta seja de fato do militar, isso não anularia o acordo, mas “estaria acentuado o caráter ambíguo da conduta do colaborador”. 

Uso da máquina pública

Segundo o Ministério Público, os ncontros em que Bolsonaro “cobrou do alto escalão a multiplicação dos ataques às urnas eletrônicas” e registra a ordem de abastecer acampamentos em quartéis com estrutura logística. A Agência Brasileira de Inteligência (ABIN) e a Polícia Rodoviária Federal também aparecem em operações paralelas: monitoramento de adversários e bloqueios de estradas que retardaram eleitores no segundo turno.

Estratégia de mídia e redes

Além de lives no Palácio, a PGR cita uma sala do Partido Liberal atuando como “QG do golpe” para produção de conteúdos e disparo massivo. Mensagens obtidas pela PF mostram discussões sobre “controle da narrativa midiática” e criação de juristas dispostos a “enquadrar” o STF.

Saiba quais são as acusações contra o ex-presidente:

Crime: Abolição violenta do Estado Democrático de Direito

Dispositivo: art. 359‑L CP

Pena prevista: 4‑8 anos

Crime: Golpe de Estado

Dispositivo: art. 359‑M CP

Pena prevista: 4‑12 anos

Crime: Organização criminosa armada

Dispositivo: art. 163 CP

Pena prevista:


Crime: Dano qualificado ao patrimônio da União

Dispositivo: art. 359‑M CP

Pena prevista: 4‑12 anos

Crime: Deterioração de bem tombado

Dispositivo legal: art. 62 Lei 9.605/98

Pena prevista: 1‑3 anos

Somadas e agravadas, as penas podem ultrapassar 40 anos, chegando a 43 se o plenário aplicar o teto sugerido pelo MP.

O que diz a defesa

Os advogados de Bolsonaro dizem que não há ato concreto de violência atribuído a ele, falam em “crime impossível” sem a adesão do Exército e acusam Moraes de parcialidade. Pedem que o caso seja levado ao plenário completo do STF e não à Primeira Turma. Argumentam, ainda, que as minutas eram “meras reflexões” e que o 8/1 foi obra de manifestantes descontrolados.

Processo influenciou a tarifação imposta por Donald Trump

O caso de Jair Bolsonaro tem repercutido internacionalmente. 

O presidente dos EUA classificou o processo como uma “caça às bruxas”,  expressão que costuma usar para investigações que considera perseguições políticas. 

“Bolsonaro não é culpado de nada, exceto por lutar pelo povo brasileiro”. 
Pouco depois, a Casa Branca anunciou tarifas de 50% sobre produtos brasileiros. Ao justificar a medida, Trump sugeriu que o governo Lula estaria reprimindo um líder conservador por vias judiciais. Lula rebateu, afirmando que o Brasil “não aceita interferência externa” e que a Justiça brasileira “atua com autonomia e respeito à democracia”.

Próximos passos

Com o processo agora em fase de memoriais, Moraes decide se admite novas provas. O relógio corre: até meados de agosto todas as defesas devem se pronunciar. A partir daí, o voto do relator será liberado e o julgamento tende a começar em setembro, podendo fechar‑se ainda neste semestre.

Relacionadas

Todas

Exclusivo para membros

Ver mais