Padre Patrick Fernandes se tornou um dos nomes mais comentados do país após seu depoimento na CPI das Bets, em 21 de maio de 2025.
Convidado a falar sobre apostas esportivas e o papel de influenciadores digitais nesse mercado, o sacerdote usou o espaço para denunciar o impacto do setor nas famílias brasileiras.
Durante seu depoimento, o padre revelou ter recebido sido procurado, porém recusou a proposta.
"No início, algumas plataformas me procuraram. Lembro de uma proposta, não saberia dizer qual delas, mas posso verificar depois, que me ofereceram, naquela época, cerca de R$560 mil para divulgar. Isso foi bem no começo, acho que eu ainda nem tinha 1 milhão de seguidores no Instagram. Geralmente, essas divulgações funcionam assim: duas vezes na semana, você grava dois ou três stories com base no briefing que eles enviam. Mas, mesmo naquela época, eu já não aceitei”.
Além das manchetes, quem é o homem por trás da batina e dos vídeos virais?
Durante a pandemia, começou a responder perguntas e fazer reflexões nas redes sociais. Sua linguagem direta e o uso de humor como ponte de comunicação o transformaram em um fenômeno. Hoje, soma quase 7 milhões de seguidores apenas no Instagram.
“Eu tinha receio de ser visto apenas como figura caricata, até entender que o humor pode ser ponte para evangelização”, disse em entrevista.
A abordagem descontraída conquistou o público jovem e gerou vídeos virais com mensagens de fé, conselhos e provocações à cultura digital.
Nascido em Santa Teresa, no Espírito Santo, e criado em Parauapebas (PA), Patrick teve uma infância simples.
Durante uma conversa com Pedro Bial, revelou que sua infância não foi marcada por uma vivência religiosa ativa, mas que o desejo de ser útil às pessoas sempre guiou sua vida.
Foi ordenado sacerdote aos 25 anos, em Marabá, e passou a atuar na Paróquia São Sebastião, no Pará. Mesmo com a crescente exposição, nunca deixou de cumprir suas funções pastorais.
“Sou apenas um padre de cidade pequena”, costuma dizer ao ser questionado sobre a fama.
Como já aconteceu com outros padres com expressão na mídia, em 2019, o padre Patrick enfrentou um quadro grave de depressão, que o afastou temporariamente de suas atividades.
Em um vídeo do seu canal do youtube, o sacerdote compartilhou sua experiência:
“Minha vida estava como se estivesse saindo dos trilhos. Sabe quando você já não sente o mesmo sabor pelas coisas, o mesmo desejo de fazer, a mesma alegria? Eu ia celebrar a missa, mas era algo tão vago… Era como se eu ligasse um botão no automático e estivesse ali apenas por estar. Ouvir as pessoas, algo que eu sempre gostei tanto de fazer, se tornou uma obrigação. E, às vezes, isso é dolorido”.
Ele falou publicamente sobre o episódio, ajudando a ampliar o debate sobre saúde mental entre religiosos e fiéis.
O momento mais polêmico da trajetória recente do padre foi seu depoimento na CPI das Bets. Ele revelou ter recebido ofertas para promover plataformas de apostas, uma delas no valor de R$560 mil, e recusado todas.
“Deveriam ouvir também quem tem a dignidade de não aceitar”, declarou aos parlamentares.
Além disso, o sacerdote declarou que não foi intimado a depor, mas decidiu comparecer espontaneamente para se posicionar contra as apostas.
"Primeiro de tudo, eu não fui intimado a depor, eu estou indo como convidado. Eu estou indo lá para falar mal das Bets, entendeu?! Eu acho que é uma obrigação profética da Igreja, inclusive”.
Criticou também o papel de influenciadores digitais no crescimento do setor, associando os conteúdos a um ambiente de aliciamento de jovens. Suas falas geraram reações diversas.
Uma das reações mais notórias veio de Margareth Serrão, mãe da influenciadora Virgínia Fonseca, que acusou o padre de oportunismo.
Em resposta, ele negou ter buscado visibilidade e reforçou que seu foco era o bem comum. “Não faço isso por fama. Faço porque acredito que é meu dever como padre.”
Padre Patrick Fernandes representa um novo perfil de sacerdote: conectado, comunicador, e presente nos debates contemporâneos.
Sua trajetória une espiritualidade, linguagem acessível e atuação pública. Fala sobre fé, cultura digital e responsabilidade social.
Desperta curiosidade, admiração e críticas, e mantém o compromisso de usar sua visibilidade para servir à Igreja e à sociedade.
Em tempos de excesso de informação e ruído nas redes, sua presença marca o esforço de tornar a fé compreensível sem abrir mão da responsabilidade.
Como ele próprio define: “Ser padre é estar no mundo sem ser do mundo. E isso inclui a internet.”
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