O STF começou o julgamento de Bolsonaro por uma suposta tentativa de golpe na manhã de hoje (2).
O cientista político Christian Lohbauer comentou o andamento do processo e fez previsões sobre os próximos anos da política brasileira durante o programa Cartas na Mesa.
Assista ao episódio completo abaixo:
Para Lohbauer, o julgamento não se trata apenas da figura de Bolsonaro, mas da forma como as instituições estão sendo conduzidas.
“Vão tirar o presidente Bolsonaro do processo. Não estou fazendo a defesa dele como pessoa, mas das instituições. Se estão fazendo isso com ele, podem fazer com qualquer um. Isso é o que mais me incomoda”.
Ele ainda criticou a postura de parte da elite intelectual que, segundo ele, defendeu a democracia nos anos 1980, mas não critica o cenário atual:
“O que mais me incomoda é gente que diz ter lutado pela democracia nos anos 1980, escreveu, deu aula, se posicionou, escreveu livro e hoje se cala, fica mudo diante de uma situação como essa.”
Sem Bolsonaro na eleição de 2026, Lohbauer acredita que o país caminha para um grande “acordão político”.
Para isso, será construída uma candidatura de consenso que preserve os interesses de diversos grupos:
“Eu vejo uma grande cooptação desenhada a partir de agora. Vão definir um candidato de conjunto, talvez Tarcísio de Freitas, mas seria apenas repetir velhas práticas, sem ruptura verdadeira”.
Para o cientista político, esse acordo não seria a saída ideal para o Brasil, porém é o caminho mais provável:
“Eu gostaria de estar vivo e ver algum tipo de ruptura verdadeira dentro das instituições, uma ruptura popular através do voto e da democracia, mas a nossa tradição política desde a República é uma história de cooptação.”
Ele também avaliou a possibilidade de o PT manter o poder. Para ele, o partido ainda tem forte capacidade de mobilização.
“Esse governo não vai morrer fácil. Lula tem um recall de 40 anos de campanha e presença política. Por mais incompetente que seja sua equipe, ainda têm muita força política”.
Na visão de Lohbauer, outro governo do PT causaria graves problemas políticos e econômicos para o país:
“Nós vamos voltar para 1991, do ponto de vista da economia, da inflação, da instabilidade institucional. Nós vamos chegar em 35 anos para trás, onde a gente estava, enquanto o mundo deu saltos largos para a frente, a gente volta para trás.”
Ele conclui resumindo os cenários e mostrando que ambos representam problemas para o país:
“Ou seja, nossas opções são duas: a manutenção desse governo, que é ladeira abaixo, ou um ‘acordão’ que nos coloca em uma reconstrução lenta das instituições de acordo com aquilo que a gente já conhece e sem ruptura, nenhuma novidade, nenhuma transformação, nenhuma reorganização para o futuro, como a gente mereceria.”
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