"Matar de fome é uma forma barata de fazer guerra." Com essa frase incisiva, o papa Leão XIV denunciou o uso da fome como instrumento de dominação.
A declaração foi feita em sua mensagem à 44ª Sessão da Conferência da FAO, no momento em que a organização completa 80 anos de existência — um marco sombrio diante da crescente insegurança alimentar global. O evento vai do dia 28 de junho a 4 de julho.
Em um dos trechos mais duros de sua carta, o papa afirmou:
“Queimar plantações, roubar gado e bloquear ajuda humanitária são táticas usadas para controlar populações indefesas. Matar de fome é uma forma barata de fazer guerra”.
A declaração rompe com a linguagem diplomática habitual e escancara um fenômeno tão antigo quanto ignorado: a fome deliberadamente imposta como estratégia de combate.
Leão XIV também responsabilizou diretamente as elites políticas que enriquecem em meio à corrupção e impunidade, enquanto milhões vivem na miséria. Para ele, o tempo das promessas e slogans vazios acabou. O momento exige “coragem e fraternidade” para transformar palavras em ações.
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Em seu discurso ao diretor-geral da FAO, Qu Dongyu, o papa expressou grande preocupação com o fato de que o objetivo de acabar com a fome até 2030 está cada vez mais distante. Segundo ele, isso não acontece por causa de dificuldades técnicas, mas porque decisões políticas e econômicas não priorizam a vida humana.
O papa também abordou a questão ambiental:
“Sem ação climática coordenada, não haverá segurança alimentar”. Para ele, os sistemas alimentares e as mudanças climáticas se retroalimentam, aprofundando ainda mais o sofrimento humano.
Em tom profético e pastoral, Leão XIV também condenou a destinação de recursos e tecnologias para a indústria bélica enquanto milhões passam fome. A polarização global, segundo ele, esfria os laços humanos, rompe a fraternidade e compromete o bem comum.
Ao encerrar sua mensagem, o Papa convocou a comunidade internacional a se tornar artesã da paz e garantiu que a Santa Sé permanecerá ao lado dos mais vulneráveis.
“Que Deus abençoe os trabalhos da FAO, para que tragam frutos em benefício dos que mais sofrem e de toda a humanidade.”
A mensagem, ao mesmo tempo clara e pungente, é um chamado à consciência global. Diante do uso da fome como instrumento de guerra e da corrupção que solapa a dignidade humana, o Papa reafirma o papel espiritual da Igreja como voz ativa em defesa dos que não têm voz.
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