Ministro fala em “violência e vandalismo”
"A ré dolosamente aderiu a propósitos criminosos para uma ruptura institucional, com violência e vandalismo que causaram prejuízos de dezenas de milhões."
O julgamento na Primeira Turma do STF, em plenário virtual até 28 de março, avalia cinco crimes ligados “à tentativa de ruptura democrática”.
Ato no 8 de janeiro: do batom à cadeia
Débora, cabeleireira de 38 anos, foi flagrada usando batom vermelho para escrever a frase na estátua durante a invasão dos Três Poderes.
"Ela participou de atos para abolir o Estado Democrático de Direito", declarou Moraes em seu voto.
A pichação ecoa uma resposta do ministro Barroso a um cidadão em 2022.
Débora está presa desde março de 2023, no âmbito da Operação Lesa Pátria. Ela já havia escrito uma carta se deculpando e, afirmando desconhecer o valor histórico da obra de Alfredo Ceschiatti.
Divisão no debate: “justiça ou exagero?”
A defesa de Débora pede clemência alegando que "não houve intenção de golpe, apenas uma pichação", afirmou um advogado em comunicado oficial, destacando que ela é ré primária e mãe de dois filhos menores.
O vídeo pedindo sua soltura ganhou apoio entre articulistas e influenciadores, como a jornalismta Mônica Salgado, a economista Renata Barreto e o advogado Deltan Dallagnol que se posicionam diretamente contra a condenação de Débora.
Por outro lado, alguns articulistas que se posicionam a favor da punião aos participantes dos atos, como Joel Pinheiro da Fonseca, acreditam que a pena seja desproporcional. Em sua coluna na Folha de São Paulo, escreveu:
“Dezessete anos —que foi o tempo de prisão que vários receberam— é pena que muito assassino não recebe. Por mais que se defenda que derrubar a democracia é pior do que matar uma pessoa (...) não tem cabimento atribuir esse peso todo a cada um dos invasores individualmente, gente completamente fanatizada e sem noção da realidade."
Por outro lado, há um grupo de articulistas que defende a punição severa dos participantes dos atos de 8 de janeiro. O advogado José Eduardo Cardozo, a criminalista Gabriela Prioli e até a atriz Fernanda Torres fazem parte deste grupo. Recentemente, a cantora Anitta entoou o coro de “Sem Anistia” em um de seus shows no Carnaval de Salvador.