Ontem (26/11), milhares de pessoas se reuniram na Avenida Paulista em um protesto organizado pelo pastor Silas Malafaia. A descrição do evento nas redes sociais dizia:
"Manifestação pacífica em defesa do Estado Democrático de Direito, dos direitos humanos e em memória de Cleriston Pereira".
Durante a tarde do Domingo, a região da Avenida Paulista em frente ao Museu de Arte de São Paulo (MASP) estava lotada. Um caminhão de som reunia os manifestantes, que entoavam slogans como:
“Lula, ladrão, seu lugar é na prisão”;
“A nossa bandeira jamais será vermelha”;
“Fora Xandão” e
"Assassino" após o pastor Silas Malafaia afirmar que Alexandre de Moraes tem culpa sobre a morte de Cleriston.
No caminhão de som, parlamentares dirigiam as manifestações. O segundo vice-presidente da Câmara, deputado Sóstenes Cavalcanti (PL-RJ), afirmou:
“Só para você ver, ministro Alexandre de Moraes, todo esse povo veio aqui para gritar ‘assassino’ a Vossa Excelência. Nós esperamos Justiça do STF, não o que está acontecendo.”
O pastor Silas Malafaia afirmou que a mídia tradicional também é culpada pela morte de Cleriston e das demais prisões realizadas no 8 de janeiro:
"O jurista Ives Gandra afirmou que não existe revolução e golpe sem o poder de armas. Qual era o brasileiro que estava lá com metralhadora? Com bomba?
Uma mulher faxineira com a Bíblia e um crucifixo foi condenada a 15 anos de prisão. Qual a arma que o Clezão tinha na mão? Isso é uma vergonha!
A imprensa tem nas mãos o sangue do Clezão também. A nota do Globo sobre a morte desse patriota foi desse tamaninho [pequeno]. Ninguém fala nada. Imprensa calada, não disseram nada. Tem sangue nas mãos deles por causa de grana do governo que saqueou o país no passado".
O pastor também criticou a atribuição de responsabilidades que o STF tomou sobre os presos do 8 de janeiro:
"Nenhum dos brasileiro presos no dia 8 tem foro do Supremo. O foro do Supremo está no artigo 53 e 102 da Constituição. O máximo que o ditador da toga do Alexandre de Moraes devia fazer é mandar quem fez baderna para ser julgado em primeira instância".
Estiveram presentes no carro de som os senadores:
E os deputados:
Em suas redes sociais, o deputado Luiz Philippe comentou:
"É muito importante a participação popular na política. É o que mais irá influenciar a condução dos mandatos, especialmente dos parlamentares nas Assembleias e Câmaras Legislativas em todo o país".
Outra presença que recebeu destaque dos manifestantes foi a família de Cleriston.
A esposa de Cleriston discursou no carro de som, afirmando:
“Hoje, eu estou aqui em luto, mas meu coração se alegra em ver essa coisa linda que são vocês. E a nossa luta não vai acabar.
Meu esposo, Clezão, ele não é criminoso, ele não é bandido, ele não merecia ter sido morto de uma forma tão injusta. Mataram meu Clezão. E eu tenho sede de justiça.
Tiraram dele ver as minhas filhas se formando. Acabaram os sonhos da nossa vida. A gente era uma família. E acabou. Tiraram a nossa família.
Hoje, nós somos incompletos. Somos só nós três. E eu quero que a justiça seja feita. Porque o meu Clezão, o sangue derramado por ele nos deu força para que a gente possa lutar. E eu quero justiça!”.
As filhas e o irmão de Cleriston também estavam presentes, clamando por justiça.
Em suas redes sociais, o pastor Silas Malafaia compartilhou a reportagem de um jornal que diz:
"Mar de gente na Paulista confirma ressurgimento da força da direita".
Para compreender como a direita brasileira chegou ao poder e quais são as perspectivas para o futuro, a Brasil Paralelo produziu o documentário A Direita no Brasil.
Figuras de destaque do movimento da nova direita brasileira avaliam os últimos anos e ajudam a compreender os projetos para a direita no Brasil.
Outros comentaristas políticos criticaram as manifestações. Para eles, esse tipo de evento é ineficaz. Para Renan Santos, coordenador-nacional do MBL:
"O ato bolsonarista de hoje não tem importância nenhuma na guerra palaciana entre STF e executivo. Apenas usaram o morto como escada pra adorarem Bolsonaro e produzirem vídeos com música épica fingindo uma coragem que não tem.
Conforme falamos na última semana, essa fórmula de manifestações já deu o que tinha que dar, e virou uma paródia de si mesma. Enquanto xingavam Xandão de assassino, o governo fechava Dino no STF e Gonet na PGR, desenhando um acordo de paz com a Suprema Corte. O foco em Dino — algo que alertamos nos últimos dias — foi desviado, e o ministro está conseguindo uma promoção na bacia das almas.
Não jogo a culpa nos deputados do mito. Eles só fazem o que são programados pra fazer, é uma turma de aventureiros procurando propósito em qualquer coisa que apareça no caminho. Eles e seu ato não tinham como alterar nem atrapalhar o rumo das coisas em Brasília [...]".
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