Milhares de ativistas pró-vida se reuniram nas ruas de Londres para protestar contra o aborto. Realizada no coração da capital da Inglaterra, a “Marcha pela vida” defendeu melhores serviços de apoio às mulheres que querem dar à luz.
Nas ruas, chamavam a atenção para o alto índice de mulheres que abortam no Reino Unido.
A Inglaterra e o País de Gales estão entre os países que ocupam as primeiras posições nos rankings de realização de abortos no mundo. Estima-se que uma em cada três mulheres no país abortem ao longo da vida.
O recorde na realização de abortos foi atingido em 2022. Segundo os dados das estatísticas oficiais do Departamento de Saúde e Assistência Social (DHSC), 251.377 mulheres residentes nos dois países optaram por dar fim à gestação de seus próprios filhos.
Isso representa o maior número desde que a Lei do Aborto foi criada, há quase 60 anos. A principal alegação das mulheres para que optem por não ter filhos é a falta de condições financeiras.
De acordo com a organização abortista MSI Reproductive Choices, o serviço nacional de saúde reduziu a distribuição de pílulas anticoncepcionais nos últimos anos. Isso significa que mais mulheres que não desejam ter filhos passaram a fazer abortos.
Na Inglaterra, o aborto é permitido até a 24ª semana de gestação. A manifestação ocorre em um momento importante para quem é pró ou contra a lei.
Pela primeira vez em 60 anos, uma proposta irá discutir a eliminação de punições a quem realizar aborto até o nascimento.
Se a lei for aprovada, mães que abortem mesmo após o período permitido por lei não poderão sofrer nenhuma punição.
Organizações pró-vida ressaltam que atualmente não são raros os casos em que abortos posteriores a este período ocorram. Uma reportagem do jornalista Vandson Lima, realizada em Londres, relatou o caso de Carla Foster, uma mãe londrina que abortou ao ingerir comprimidos obtidos pelo correio do Serviço Britânico de Aconselhamento sobre Gravidez (BPAS, na sigla em inglês).
Para ter acesso aos medicamentos, afirmou que sua gestação estava dentro do limite legal. No entanto, a gestação estava com algo entre 32 e 34 semanas. A medicina considera um bebê viável a partir de 37 semanas.
De acordo com a atual legislação inglesa, a mãe citada na reportagem foi condenada. A pena foi de dois anos e quatro meses de prisão, por ingerir medicamentos para abortar de modo ilegal.
A advogada André Hoffmann, presidente executiva do Instituto Isabel, esclarece que, quando o bebê tem 24 semanas, a viabilidade da vida é indiscutível, então não é mais aborto e, sim, feticídio. Afirma ainda que mulheres que não se vejam em condições de abortar precisam de acolhimento:
“Pessoas vítimas de violência ou sem condições de cuidar de um filho precisam ser tratadas, acolhidas e apoiadas e não expostas a mais uma violência”, afirmou em entrevista exclusiva ao portal Brasil Paralelo.
A especialista em direitos reprodutivos e cientista política Mariana Prandini já afirma que a retirada de sanções legais a mulheres que abortam à revelia da lei na Inglaterra seria bastante positiva para a evolução dos direitos civis:
“A criminalização não é uma medida efetiva, pois só afasta as pessoas do sistema de saúde. A lei não faz as pessoas deixarem de abortar, mas as coloca em situação de clandestinidade”, diz.
Na Inglaterra, o embate entre grupos pró-aborto e pró-vida tem fortalecido desde abril de 2024. Na segunda semana de maio, membros dos grupos como Christian Concern e o Rachel 's Vineyard se reuniram em frente ao Palácio de Westminster, protestando contra a proposta de flexibilização legal.
Uma edição brasileira do evento “Marcha pela Vida” ocorre anualmente no Brasil há 17 anos.
Neste ano, ocorreu no dia 11 de julho, em Brasília, e levou centenas de pessoas a protestarem contra o aborto.
Com o título “Marcha pela vida desde a concepção”, o evento também foi organizado por algumas organizações que lutam pela causa:
“Temos o maior presente que é a vida. E temos que celebrar nossa dignidade, como seres humanos (...) A vida começa na fecundação e isso deve ser protegido e celebrado", afirmou Andrea Hoffmann.
A marcha brasileira deste ano se posicionou a favor da aprovação de duas pautas no Congresso:
Pelo que se configura no Reino Unido e no Brasil, o debate sobre o direito à vida e possibilidade de uma mulher escolher o aborto ainda prosseguirá por um longo tempo.
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