O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) provocou uma onda de críticas ao afirmar que "quem comprou arma não é pessoa honesta e decente". A declaração, realizada durante entrevista a uma rádio cearense, sugeriu que a posse de armas está diretamente ligada ao aumento da criminalidade e das organizações criminosas no Brasil.
"É um problema sério que está ligado a muitas coisas, sobretudo ao crescimento do crime organizado. No caso mais recente de liberação de armas, quem comprou arma não é pessoa honesta e decente que quer trabalhar. Muitas organizações criminosas compraram armas à vontade, porque todo mundo podia comprar", disse o petista.
A fala do presidente foi muito mal recebida pela bancada da segurança pública no Congresso Nacional. Parlamentares da “bancada da bala” saíram em defesa dos Colecionadores, Atiradores e Caçadores (CACs), grupo que inclui muitos cidadãos que possuem armas de forma legal e regulamentada no país.
O deputado federal Coronel Telhada (PP-SP) afirmou que a fala do chefe do Executivo “desrespeita milhares de brasileiros”.
"É um absurdo generalizar dessa forma. A declaração do presidente desrespeita milhares de brasileiros que seguem todas as exigências legais para possuir uma arma", disse o militar. Telhada ainda destacou que o processo para obter uma arma legal no Brasil é extremamente rigoroso, envolvendo várias etapas de avaliação e fiscalização.
“São inúmeras e rigorosas etapas para, depois de um longo e custoso processo, poder ter uma arma", destacou o ex-comandante do Rota. Para se tornar um CAC, o indivíduo precisa passar por uma série de verificações que incluem antecedentes criminais, testes psicológicos e de aptidão técnica, além de comprovar a necessidade do armamento.
O deputado federal Sargento Gonçalves (PL-RN) destacou o direito de se ter uma “arma para seu esporte ou defesa pessoal".
"Esses cidadãos são pessoas comuns, muitas vezes profissionais que precisam da arma para seu esporte ou defesa pessoal. Não podemos tratá-los como criminosos", argumentou o potiguar. Gonçalves também acusou Lula de tentar desviar o foco dos problemas de segurança pública do país.
"É fácil culpar os cidadãos de bem pela violência, mas o governo precisa focar em combater o crime organizado e a entrada de armas ilegais, que são as verdadeiras ameaças", complementou o sargento.
Já a deputada federal Talíria Petrone (PSOL-RJ) destacou o aumento expressivo de circulação de armas durante a gestão do presidente Jair Bolsonaro (PL). A parlamentar ainda afirmou que no governo anterior “nunca foi tão fácil desviar armas para o crime organizado”.
“Durante o governo Bolsonaro, 619 novas armas entraram em circulação por dia no Brasil. Os números são assustadores: foram ao todo 904.858 registros entre 2019 e 2022. Os riscos para a segurança pública são grandes: nunca foi tão fácil desviar armas para o crime organizado”, declarou Petrone.
A deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-RJ) afirmou que “a liberação de armas ameaça a vida das mulheres”.
“Sabemos que a liberação de armas ameaça a vida das mulheres, facilitando que casos de violência virem casos de feminicídio”, afirmou Bomfim.
Enquanto o debate continua, a oposição promete intensificar a defesa dos CACs e pressionar o governo por políticas que, segundo eles, respeitem os direitos dos cidadãos e combatam efetivamente o crime organizado. A controvérsia em torno das declarações de Lula mostra que a discussão sobre armas no Brasil está longe de terminar, envolvendo questões complexas de segurança, liberdade e responsabilidade social.
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