O que mostram as imagens das câmeras corporais?
Vídeos registraram toda a ação. Os policiais conversam na viatura e, ao chegar na casa, encontram Herick sentado no chão ao lado da mãe. Eles pedem que ele permaneça sentado.
O jovem se levanta, pergunta sobre a arma e diz: “atira em mim, atira em mim”. Ele é atingido por uma descarga de TASER e cai.
A mãe e a tia tentam segurá-lo, mas são orientadas a se afastar. Logo depois, ocorrem os disparos.
Após os tiros, a mãe afirma:
“A gente chamou vocês para ajudar, não pra matar meu filho”.
O SAMU chegou poucos minutos depois, mas Herick morreu no local.
O que dizem a Brigada Militar e a Polícia Civil?
A Brigada Militar informou que foi a própria mãe quem acionou a polícia, relatando agressividade após uso de cocaína. A ocorrência seria de violência doméstica.
De acordo com a corporação, o laudo toxicológico apontou concentração extremamente alta de cocaína, somada à crise de esquizofrenia. Para a BM, esse conjunto levou a um episódio de “intenso descontrole”.
A nota afirma que os policiais seguiram os protocolos:
- conversa inicial
- uso de TASER
- uso de arma de fogo diante de risco iminente
- registros por câmeras corporais (COPs)
A Polícia Civil chegou ao mesmo entendimento. No relatório, afirma que os agentes observaram “os protocolos de uso diferenciado e progressivo da força”. O inquérito foi enviado à Justiça e está sob sigilo.
A mãe de Herick, técnica de enfermagem, afirmou que buscava ajuda médica, não uma intervenção letal. Ela diz ter segurado o filho após os disparos e percebido que ele já não apresentava sinais vitais.
Um policial militar ficou ferido durante a ação.
Nas redes sociais, o caso também gerou manifestações. No X, o comunicador Lázaro Rosa classificou a operação como “um absurdo”.
Já o influenciador Firmino Cortada afirmou que a ação representou “um desfavor para a polícia”.
“Querido, tem gente querendo tirar a arma de polícia, que polícia vai em operação com pedra. Pra quê? Pra quê que você vai prestar esse desfavor pra polícia?”
Esquizofrenia atinge milhões e pesa sobre a família
A esquizofrenia é uma doença crônica que afeta quase 2 milhões de brasileiros. Não tem cura, mas tem tratamento. As crises são imprevisíveis e exigem monitoramento constante.
Um levantamento citado pelo SBT mostra como a condição impacta as famílias:
- mais de 90% dos cuidadores deixam atividades diárias;
- quase metade abandona o emprego;
- muitos passam anos até chegar a um diagnóstico preciso;
- a doença costuma surgir no fim da adolescência.
Especialistas explicam que o tratamento contínuo com medicação e psicoterapia reduz o número de crises. Quando isso falha, as crises podem colocar o paciente e outras pessoas em risco.
O caso de Herick evidencia esse cenário. A família relatou que ele estava em surto e precisava de atendimento especializado.
A Brigada Militar afirma lamentou o episódio e reforça o compromisso com a segurança pública.