Desde os anos 1970, fiéis franceses visitam a chamada Colina de Jesus, onde acreditavam que Cristo teria aparecido.
No entanto, O Vaticano afirmou na última quarta-feira (12) que os avistamentos de Jesus Cristo em Dozulé, uma pequena cidade da França, não são reais.
A decisão, aprovada pelo papa Leão XIV e publicada pelo Dicastério para a Doutrina da Fé, uma espécie de secretaria de governo do Vaticano responsável pela doutrina católica. Ela encerra oficialmente mais de cinco décadas de controvérsias, peregrinações e interpretações teológicas em torno do caso.
Como eram as supostas aparições de Jesus na França?
Entre 1972 e 1978, a francesa Madeleine Aumont, mãe católica da região, afirmou ter visto Jesus 49 vezes.
Ela afirmava que Cristo teria transmitido mensagens espirituais e pedido a construção de uma cruz luminosa de 7,38 metros em uma colina próxima à cidade.
A estrutura simbolizaria redenção e marcaria um sinal para a segunda vinda de Jesus.
As declarações rapidamente circularam entre grupos católicos, gerando orações no local, pequenas peregrinações e uma devoção espontânea que se espalhou pelo país.
A colina passou a ser chamada por fiéis de “Colina da Cruz Gloriosa”.
A posição oficial do Vaticano
Após uma nova análise solicitada pela diocese local, o Dicastério para a Doutrina da Fé concluiu que o fenômeno “não possui origem divina autêntica”. O documento, chamado A única cruz da salvação, autoriza a publicação de um decreto definitivo:
“O fenômeno das supostas aparições ocorridas em Dozulé deve ser considerado, de forma definitiva, como não sobrenatural, com todas as consequências desta determinação.”
O texto também critica alguns elementos teológicos presentes nas mensagens de Aumont:
- a associação física da cruz de Dozulé com a cruz de Jerusalém;
- previsões milenaristas, como a afirmação de que o mundo acabaria antes do ano 2000, algo que “claramente não se cumpriu”.
O Vaticano reforçou ainda que nenhuma revelação privada pode criar novas doutrinas, substituir meios de graça estabelecidos por Cristo ou estabelecer datas e sinais específicos sobre o fim dos tempos.

























