Segundo os investigadores, os homens foram localizados dentro do hospital da cidade pouco depois da tentativa de registro da criança.
Um dos homens chegou a se apresentar como pai do bebê e tentou inserir seu nome nos documentos hospitalares. A tentativa só não se concretizou porque o sistema estava fora do ar no momento.
Horas depois, os dois voltaram ao hospital e foram surpreendidos por agentes da Polícia Civil. Eles estavam acompanhados do comerciante, que admitiu ter recebido o valor da suposta venda via transferência bancária.
Em depoimento, ele afirmou que a mãe do bebê o procurou pedindo ajuda financeira.
Mãe teria “vendido” o bebê para pagar dívida com agiota.
A transação foi intermediada por um comerciante local, dono de uma lanchonete, que também foi detido.
O intermediador relatou que, ao saber da situação, teria "tentado ajudar", colocando-a em contato com os paulistas.
A mãe, quea ainda está em observação no hospital, deve prestar depoimento nos próximos dias e poderá responder por entrega ilegal de menor.
O crime é previsto no artigo 238 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), com pena de 1 a 4 anos de prisão.
A criança também segue no hospital, em observação. O Conselho Tutelar foi acionado e acompanha o caso.
Investigação continua
A Polícia Civil do Amazonas informou que está aprofundando as investigações para descobrir se o trio fazia parte de um esquema maior.
A suspeita é de que a prática de compra e venda de recém-nascidos possa ser recorrente na região.
Os três envolvidos seguem presos e devem responder por diversos crimes, incluindo falsidade ideológica, intermediação ilegal de adoção e subtração de incapaz.
O caso reacende o alerta para crimes envolvendo vulnerabilidade social e exploração de mães em situação de miséria. A polícia não descarta que outros envolvidos possam ser identificados nos próximos dias.