J.K. Rowling voltou ao centro de uma nova polêmica ligada ao universo de Harry Potter. Desta vez, o foco está no elenco escalado para os recém-lançados audiolivros da saga.
O projeto gerou pedidos de boicote por parte de fãs que criticam as posições da autora sobre ideologia de gênero.
A controvérsia ganhou força após a atriz Keira Knightley declarar que “não estava ciente” das campanhas de boicote antes de aceitar o papel de Dolores Umbridge.
“Eu não sabia disso, não. Sinto muito. Acho que estamos todos vivendo um período em que teremos que descobrir como conviver, não é mesmo? E todos temos opiniões muito diferentes. Espero que todos possamos encontrar respeito”.
Além de Knightley, as gravações contam com Cush Jumbo como narradora, Hugh Laurie, no papel de Alvo Dumbledore e Riz Ahmed como Severo Snape.
Desde 2020, Rowling tem sido alvo de críticas por suas declarações sobre direitos das mulheres e ideologia de gênero, especialmente após reagir a um artigo que usava a expressão “pessoas que menstruam” em vez de “mulheres”.
A autora afirmou que a linguagem apagava o significado biológico do termo “mulher”, o que provocou uma onda de reações no elenco dos filmes e no público.
A atriz Emma Watson, que interpretou Hermione Granger na franquia, respondeu de forma indireta na época:
“Quero que meus seguidores trans saibam que eu e muitas outras pessoas ao redor do mundo vemos vocês, respeitamos vocês e amamos vocês pelo que são.”
Nos meses seguintes, Rowling se tornou uma das principais vozes contrárias à ideologia de gênero no Reino Unido, defendendo o que chama de “proteção a espaços femininos”.
Recentemente, Emma Watson voltou a falar sobre o tema. Ela afirmou que continua a valorizar a autora, apesar das divergências.
“Não acredito que, por termos visões diferentes, eu não possa valorizar a Jo e a pessoa com quem tive experiências pessoais. Nunca acreditarei que uma coisa anula a outra”, afirmou.
A resposta de Rowling veio através de uma postagem na rede social X. A escritora acusou Emma Watson de ter “jogado gasolina no fogo” ao se afastar publicamente dela em 2020 quando ela recebeu ameaças de morte por suas críticas ao ativismo trans.
“Como outras pessoas que nunca experimentaram a vida adulta sem o conforto da riqueza e da fama, Emma tem tão pouca experiência da vida real que é ignorante quanto à sua própria ignorância”, escreveu a autora de Harry Potter.
O diretor dos dois primeiros filmes da saga, Chris Columbus, também comentou o distanciamento entre Rowling e o antigo elenco.
Em entrevista, ele revelou que não fala com a autora há cerca de dez anos, mas que mantém contato próximo com Daniel Radcliffe e outros atores da franquia.
“Gostaria de dirigir uma adaptação de Harry Potter e a Criança Amaldiçoada, mas as diferenças entre ela e o elenco tornam isso impossível”.
Os audiolivros de “Harry Potter”, produzidos com elenco completo, reúnem centenas de artistas britânicos e estão sendo promovidos como a versão mais ambiciosa já feita da saga.
Apesar das críticas, Rowling não se pronunciou diretamente sobre o boicote, mantendo o foco na nova fase de adaptações do universo que criou há mais de 25 anos.
A reação de Knightley, somada às falas de Watson e Columbus, mostra que as divisões em torno de J.K. Rowling continuam a marcar o legado de Harry Potter. Mesmo duas décadas depois, o universo criado pela autora ainda gera debates sobre arte, opinião e liberdade.
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