O combate à exploração sexual infantil depende menos do Estado e mais das denúncias individuais e da fiscalização das plataformas. A declaração é do youtuber Felca, em entrevista ao programa Altas Horas neste sábado (16).
Responsável pelo vídeo “Adultização”, que denunciou a sexualização de crianças e levou à investigação e prisão do influenciador Hytalo Santos, Felca revelou bastidores da produção.
Ele também falou sobre as ameaças que recebeu e comentou a repercussão de sua denúncia contra a exploração de menores nas redes sociais
Durante a entrevista, falou sobre os bastidores da produção, as ameaças que recebeu e a repercussão de sua denúncia contra a exploração de menores nas redes sociais.
Ao responder um participante do programa sobre os mecanismos que podem proteger as crianças nas redes sociais, respondeu que a pessoa que denuncia tem papel fundamental para combater esse tipo de crime:
“Existe o ECA, existem leis. O que esses criminosos fazem já é crime. Na minha opinião, a iniciativa mais eficaz é a do indivíduo que denuncia, que reúne provas, que não se cala. Se tudo der certo, vamos conseguir uma mudança no algoritmo, para que esses conteúdos nem cheguem ao seu feed.”
O youtuber ainda relatou as dificuldades emocionais durante o processo de pesquisa, que levou um ano para ser concluído. Segundo ele, lidar diariamente com materiais ligados à exploração infantil exigia pausas para preservar a própria saúde mental.
Apesar do peso do tema, Felca está satisfeito com o impacto de sua denúncia.
“Por mais que venha crítica, ameaça ou tentativa de difamação, eu estou feliz porque a luz está sendo colocada sobre essa causa. Quem tem que ter medo não é quem denuncia, mas os pedófilos.”
O vídeo “Adultização”, publicado em 7 de agosto, já ultrapassou 45 milhões de visualizações e desencadeou uma onda de repercussões, incluindo a prisão do influenciador Hytalo Santos, acusado de exploração sexual de menores.
No vídeo, o influenciador denuncia um esquema de sexualização e “adultização” de crianças e adolescentes nas redes sociais.
Também cita episódios envolvendo o conteúdo produzido por Hytalo, incluindo cenas com conotação sexual e a participação de menores em eventos e gravações voltadas para o público adulto.
O caso mais citado é o de Kamylinha, que entrou para a “Turma do Hytalo” aos 12 anos. Segundo Felca, foi exposta a apresentações e interações inadequadas para sua idade.
Ele também denunciou o algoritmo das plataformas: ao criar uma conta nova no Instagram, em poucos minutos, o sistema recomenda conteúdos com crianças em contextos sugestivos.
Nos comentários, pedófilos usam códigos como “trade” para negociar material de abuso infantil, com links para grupos no Telegram, transformando perfis infantis em pontos de encontro para criminosos.
O vídeo gerou repercussão, com menções de Nikolas Ferreira e Felipe Neto. Isso levou a investigações do Ministério Público e Conselho Tutelar contra Hytalo, além da remoção judicial das redes de Kamylinha.
Felca defende mudanças estruturais nos algoritmos, fiscalização rigorosa e punição à exploração online, afirmando que “a internet deve ser um lugar de medo para esses pedófilos”.
A participação de Vitória Reis e Victoria Marconi no podcast da Brasil Paralelo alerta para as diferentes formas de abuso e como proteger as crianças.
Além disso, outros temas relevantes são abordados na conversa, ajudando os pais a se manterem atentos e vigilantes quanto à segurança dos filhos.
O episódio completo está disponível no canal da Brasil Paralelo no YouTube.
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