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Coluna
3
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Fazer não é necessariamente gostar

Uma chave importante ao analisar as pessoas

Por
Mariana Goelzer
Publicado em
4/8/2023 11:17
Getty images
"Não, a partir de amanhã, não haverá nenhuma titubeação. Eu estruturei uma rotina que contempla todas as atividades que preciso executar e nenhuma distração irá me atrapalhar." 

Imagino eu que, com diferentes palavras, você já tenha pensado algo similar. Seja em relação à dieta, aos exercícios físicos ou ao trabalho, todos nós já nos iludimos com o mito do amanhã robótico e disciplinar. Claro que algumas pouquíssimas pessoas são dotadas desta singular capacidade de se comportar como máquinas. Mas nós, a maioria esmagadora da população, vivemos uma luta constante para nos aperfeiçoarmos e cumprirmos com dedicação cada item da nossa lista de atividades. 

Não trago à roda esta perspectiva para falar como precisamos ser mais realistas em relação ao que um ser humano é capaz de ser e fazer (esta conversa ficará para a próxima coluna), mas para utilizar essa vivência com finalidades pedagógicas. Por viver esta experiência reiteradamente, você provavelmente já deve ter reparado o quão difícil é vivermos de acordo com o que julgamos ser a melhor escolha. E como você também já deve saber, você não é o único ser humano no planeta a sofrer desta dificuldade.

Acredito que precisamos ter essa noção em mente quando queremos analisar o comportamento de alguém. Frequentemente, pressupomos que a incongruência entre a prática e o discurso é somente uma maneira de colher glórias nunca plantadas. E a estas pessoas, chamamos de hipócritas. No entanto, do meu ponto de vista, por vezes, algoz e vítima são o mesmo sujeito, porque trata-se de alguém que está duelando com suas  inclinações para agir conforme acredita, mas que está perdendo a batalha.

Essa circunstância fica patente em casos extremos, de compulsão e vício. Não há como olhar para alguém com essa condição e afirmar que a pessoa está prazerosamente decidindo estar nesta situação. Aquele ser vive um conflito, um desajuste interior o qual não consegue manejar adequadamente, que se reflete no mundo exterior através de um resultado desastroso. 

Essa mesma clareza também se faz presente quando alguém está tentando aderir a uma nova alimentação, a uma rotina de exercícios ou a uma disciplina rigorosa de trabalho. Se não somos perturbados por suas falhas, temos facilidade em reconhecer que estão tentando modificar seus comportamentos, mas que isso é um processo contínuo de cair e levantar-se. 

Entretanto, quando essas mesmas pessoas apresentam atitudes que nos afetam  negativamente, não estamos dispostos a entregar essa dose de compreensão. Normalmente, abalados pela dor e pelo incômodo, partimos da ideia de que aquele alguém está voluntária e conscientemente lesando-nos. Como um passe de mágica, parecemos desconhecer que a mudança exige não só esforço, mas também tempo. Nós esquecemos que todos nós estamos travando uma guerra contra nossos defeitos, contra aquele discurso sedutor que nos convence de que a atitude errada é justificável e, em certos casos, até mesmo correta.

Isso não significa que não há pessoas manipuladoras que se aproveitam do poder do discurso para ludibriar os outros, tampouco que devemos persistir indefinidamente ao lado de pessoas cujo discurso e a prática são incompatíveis. Eu não nego que todos temos escolhas e que, a custo de muito empenho, podemos exercê-las sabiamente; mas não podemos fingir que não vemos que nós mesmos não gostamos de tudo que fazemos e que, portanto, ao avaliarmos o outro, ao queremos apontar o dedo para condená-lo, devemos recordar da dificuldade que temos em simplesmente fazer o que no nosso mais íntimo queremos e julgamos adequado.

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