O ex-assessor de Moraes, Eduardo Tagliaferro, foi detido na Itália e liberado nesta após prestar esclarecimentos na Delegacia Central dos Carabinieri, em Roma.
Ele teve o passaporte apreendido e precisará cumprir uma série de medidas cautelares.
A Justiça determinou que ele só poderá deixar o município de Torano Castello com autorização judicial e deve se apresentar periodicamente ao comando local da polícia para informar endereço e horários de saída/retorno.
Segundo a defesa na Itália, a abordagem começou na residência de Tagliaferro, na Calábria, com posterior condução à delegacia.
A polícia inicialmente falou em ação “de rotina”, mas o ex-assessor foi informado de que a medida está ligada a notificações vindas do Brasil.
Alexandre de Moraes formulou um pedido de extradição em agosto, juntamente com um pedido de prisão preventiva.
Tagliaferro é acusado de divulgar informações sigilosas em violação de dever funcional e de participação em rede de ataques a instituições.
Tagliaferro trabalhou diretamente com Moraes durante os anos de 2022 e 2023. Ele chefiou a Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação (AEED) durante a presidência de Moraes no TSE.
Seu trabalho era monitorar redes sociais e redigir relatórios sobre postagens consideradas irregulares.
O material era enviado à presidência da Corte, que decidia sobre remoções e suspensões de perfis.
Em 2024, uma matéria escrita pelo jornalista Gleen Greenwald para a Folha de São Paulo expôs conversas que mostram articulações irregulares entre o AEED e o gabinete pessoal do ministro.
As mensagens mostram que o ministro fez pedidos diretos para que fossem feitos relatórios contra aliados de Bolsonaro.
Um áudio mostra o assessor de Moraes Airton Vieira pedindo para que Taliaferro alterasse o texto para “satisfazer” o ministro.
Durante uma troca de mensagens em dezembro de 2022, o assessor Airton Vieira pediu que Taliaferro "usasse a sua criatividade” para acusar a Revista Oeste de Fake News.
No dia anterior, o funcionário do ministro disse que o objetivo era "levantar todas essas revistas golpistas para desmonetizar nas redes".
O chefe do AEED disse que havia apenas encontrado “publicações jornalísticas” no portal e foi instruído a “pegar uma ou outra fala, opinião mais ácida e… O Ministro entendeu que está extrapolando com base naquilo que enviou… "
Tagliaferro deixou a liderança do órgão em maio de 2023, após ser acusado de violência doméstica contra sua esposa.
Após o vazamento para a Folha de São Paulo, Moraes abriu um inquérito contra o ex-assessor.
O celular dele foi levado pela PF em agosto do ano passado, após Tagliaferro prestar um depoimento.
A justificativa do ministro foi que o aparelho era necessário para completar as investigações sobre o vazamento.
No relatório da PF sobre o caso, foi provado que o ex-assessor foi responsável pelo vazamento.
Durante a entrevista para o Timeline, Tagliaferro afirmou que o processo contra ele estava parado, mas deverá voltar após as revelações que ele promete fazer.
O ex-assessor está usando suas redes sociais para pedir doações e acusa o ministro de ter “destruído” sua vida.
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