As eleições municipais de 2024 consolidaram o cenário político nacional com uma vitória abrangente de partidos de direita e centro-direita, refletindo uma tendência de fortalecimento desse espectro.
Dos 5.519 municípios com resultados já definidos pelo Tribunal Superior Eleitoral, 82% das prefeituras foram conquistadas por siglas como PSD, MDB, PP, União Brasil e PL.
Apesar de obter algumas vitórias simbólicas, especialmente no Nordeste e em cidades do interior, o Partido dos Trabalhadores declinou na conquista de capitais, tendo conquistado apenas uma prefeitura, a de Fortaleza.
Na live de aputação dos votos realizada pela Brasil Paralelo, o analista político Christian Lobahuer afirmou que “há 40 anos, o PT conquistou sua primeira prefeitura municipal no Brasil, em Fortaleza. Não deixa de ser curioso que seja também lá que eles tenham conquistado talvez a última, este ano”.
Já o PL, do ex-presidente Jair Bolsonaro, obteve quatro prefeituras nas capitais, ampliando sua presença em regiões até então pouco receptivas ao campo conservador.
Nas capitais, o desempenho da esquerda foi ainda mais restrito. Partidos tradicionais, como PSB e PDT, perderam espaço em grandes cidades, e o PSOL, que em 2020 havia conquistado uma capital, saiu sem vitórias este ano.
O PT celebrou sua vitória em Fortaleza, o que representou um marco, considerando que em 2020 o partido elegeu em capitais. Derrotas expressivas em estados como São Paulo, com Guilherme Boulos (PSOL), e em outras capitais marcaram um revés significativo para o campo progressista.
No cenário nacional, MDB e PSD consolidaram sua influência, conquistando cinco prefeituras em capitais, com a vitória do MDB em São Paulo se destacando. A campanha de Ricardo Nunes (MDB, apoiada decisivamente pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), foi considerada um elemento de estabilidade e um indicativo da força crescente desses partidos nas principais cidades do país.
As reações parlamentares refletem as divisões que marcaram as disputas eleitorais.
Enquanto líderes celebraram a chamada “onda conservadora” como um resgate de valores tradicionais e uma vitória do projeto político de Jair Bolsonaro, representantes da esquerda destacaram a formação de uma coalizão em defesa da democracia, unindo forças contra o extremismo.
Essa polarização evidenciou não apenas as vitórias nas urnas, mas também a batalha retórica em torno da narrativa política que emerge desse pleito.
O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) classificou o resultado como um “recado claro” de que o Brasil rejeita a esquerda, elogiando a atuação de Jair Bolsonaro ao longo da campanha e atribuindo a ele um papel fundamental como "maior cabo eleitoral do Brasil".
Por sua vez, o senador Luís Carlos Heinze (PP-RS) também comemorou a derrota do PT em cidades importantes, ressaltando o desgaste das políticas progressistas. “Os brasileiros foram às urnas e deram seu recado: não há espaço para o PT e sua turma”, afirmou.
No campo do centro, Renan Calheiros (MDB-AL) destacou o MDB como o "grande campeão de votos", mencionando a força do partido em alcançar 11,7 milhões de eleitores.
Luiz Phillipe de Orleans e Bragança projeta que a medida que a política brasileira for evoluindo, a esquerda se enfraquecerá, o “Centrão” defenderá o atual estado das coisas e a direita será responsável pelas grandes reformas brasileiras. Na cobertura da apuração eleitoral realizada pela Brasil Paralelo, ele enfatiza que a implementação dos ideais de esquerda, que mantêm o establishement tal qual é hoje, só foram só foram chancelados por acordos realizados com o “Centrão”.
O PSD foi o país que conquistou o maior número de votos. O partido conquistou a prefeitura de 887 municípios, sendo cinco capitais, o que representa aumento de 35% se comparado ao resultado da eleição anterior.
Já Gilberto Kassab, presidente do PSD, celebrou os resultados com uma análise de moderação, pontuando que o país se tornou mais equilibrado com essas eleições. "O país sai mais moderado da eleição", declarou o cacique do PSD.
A esquerda, por outro lado, também comemorou seus resultados nesse pleito. A deputada Gleisi Hoffmann (PT-PR), presidente nacional do Partido dos Trabalhadores, exaltou as vitórias da sigla em cidades como Fortaleza, Mauá e Camaçari e parabenizou a militância por enfrentar o que considerou uma narrativa agressiva do campo conservador.
“Vitórias expressivas do PT, com a garra da nossa militância neste segundo turno, enfrentando a mentira e a violência da extrema direita em campanhas que contaram, mais uma vez, com a garra da nossa militância”, pontuou Gleisi.
Zeca Dirceu (PT-PR) celebrou a derrota de candidatos “bolsonaristas do PL” em sete capitais, apontando a importância da união entre forças de centro e esquerda para conter a ascensão de figuras conservadoras. “Bolsonaro é o grande derrotado deste 2º turno”, finalizou.
O resultado das eleições reflete o cenário de polarização e deve definir o rumo dos próximos embates políticos, especialmente com vistas às eleições presidenciais de 2026, onde tanto a direita quanto a esquerda se preparam para fortalecer suas estratégias.
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