O militante brasileiro Thiago Ávila, de 38 anos, afirmou que pretende retornar à Faixa de Gaza nos próximos meses, após ter sido detido e deportado por Israel. Ávila participava de uma ação que buscava furar o bloqueio marítimo na região.
A tentativa recente envolveu a embarcação Madleen, que transportava 12 pessoas, entre elas a sueca Greta Thunberg e uma parlamentar do Parlamento Europeu. O grupo foi interceptado antes de alcançar a costa.
Israel justificou a abordagem por razões de segurança. O grupo de Thiago, por sua vez, alegava que a interceptação ocorreu em águas internacionais.
O episódio gerou repercussão diplomática. O Ministério das Relações Exteriores do Brasil divulgou nota pedindo a liberação dos cidadãos detidos e afirmou acompanhar o caso com base na Convenção de Viena.
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“Já temos um novo barco, o Handala, quase pronto para zarpar. Estamos tentando reunir outras embarcações para uma missão ainda maior”, disse. Segundo ele, o objetivo é ampliar o alcance das ações e manter a visibilidade internacional. “Queremos que fique claro: se atacarem uma missão, outra ainda maior virá.”
A Faixa de Gaza está sob bloqueio desde 2007. Relatórios da ONU apontam risco de escassez crítica de alimentos e medicamentos, com impacto especialmente sobre crianças.
“Nossa missão é civil, pacífica, baseada em princípios de não violência. O objetivo é apenas entregar ajuda e chamar atenção para uma realidade ignorada por muitos”.
Ávila é um crítico da atuação de Israel. Logo após a interceptação do navio, afirmou ter iniciado uma greve de fome. No vídeo em que denunciava a situação em que se encontrava, afirmou que o Estado de Israel intenciona promover uma limpeza étnica:
“A gente tentou o máximo que a gente pôde levar a nossa missão humanitária com alimentos, medicamentos, muletas, filtros de água, próteses para crianças amputadas, e a gente foi impedido por um Estado racista, supremacista, que há oito décadas pratica genocídio, limpeza étnica".
Além disso, também costuma apontar o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, como figura central na crise internacional.
Durante a mesma entrevista coletiva no aeroporto, ele afirmou:
“A gente sabe que Netanyahu é o maior inimigo do mundo hoje.”
Ele também reforçou essa crítica em outra ocasião, chamando Netanyahu de “inimigo número um da humanidade” e defendendo que o governo brasileiro deveria romper relações com Israel para pressionar contra o que ele descreve como um “regime racista e supremacista”.
Após a interceptação, o Exército israelense tentou exibir vídeos dos ataques terroristas de membros do Hamas. Os militantes se recusaram a assistir. Greta Thunberg afirmou que os vídeos eram propaganda militar isralense e que não refletiam o que ocorre na Faixa de Gaza.
Ao justificar a ação, o Ministro da Defesa Israelense afirmou que era importante que o grupo conhecesse as ações dos terroristas que apoiavam:
“É apropriado que a antissemita Greta e seus amigos apoiadores do Hamas vejam exatamente quem é a organização terrorista Hamas, que eles vieram apoiar e para quem estão atuando, e quais atrocidades cometeram contra mulheres, idosos e crianças, e contra quem Israel está lutando em sua defesa”, escreveu em sua conta no X.
Ávila é coordenador da Flotilha da Liberdade Brasil e integrante da Coalizão Flotilha da Liberdade, organização internacional que promove ações civis em oposição ao bloqueio israelense. Com atuação anterior em Cuba e no Líbano, ele mantém forte presença digital, com mais de 750 mil seguidores.
A atuação de Ávila também é alvo de críticas. Grupos pró-Israel questionam sua proximidade com figuras do Hezbollah, organização classificada como terrorista por países como os Estados Unidos.
“É difícil falar em paz e posar ao lado de quem cultua a guerra”, declarou André Lajst, presidente da StandWithUs Brasil.
Apesar das controvérsias, Ávila reiterou que seguirá com a iniciativa. Além disso, sinalizou que Greta Thunberg poderá participar da nova missão.
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