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História
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O que foi a Guerra do Vietnã? Veja o contexto, como foi o conflito e quem ganhou

Leia o resumo completo sobre a Guerra do Vietnã. Ela foi o conflito mais importante da Guerra Fria e culminou em aproximadamente 3 milhões de mortes.

Por
Redação Brasil Paralelo
Publicado em
24/10/2022 16:56

Durante a Guerra do Vietnã, o país estava polarizado, assim como boa parte do mundo. Ao norte, o Vietnã era governado por Ho Chi Minh, um líder comunista aliado à União Soviética. Já o Vietnã do Sul era governado por Ngo Dinh Diem, presidente apoiado pelos Estados Unidos da América.

O combate não era apenas entre Sul e o Norte, mas sim um confronto indireto entre Estados Unidos e União Soviética na chamada Guerra Fria. Isso deu uma proporção global à guerra, holofotes, narrativas e milhões de mortos, órfãos, feridos e cidades destruídas.

O que você vai encontrar neste artigo?

O que motivou a Guerra do Vietnã? [Antecedentes Históricos]

A Guerra do Vietnã é considerada uma consequência da Guerra da Indochina. Esse foi um conflito que ocorreu entre 1946 e 1954 travado entre os vietnamitas liderados pelo grupo Vietminh de Ho Chi Minh contra os franceses.

Em 1884, na época em que os impérios europeus controlavam vários territórios na África e na Ásia, os franceses assumiram o poder na região do sudeste asiático, conhecida como Indochina. Em 1925, o líder Ho Chi Minh fundou o Partido Comunista Indochinês (PCI). Cinco anos depois, esse partido iniciou revoltas violentas no norte que foram derrotadas, mas que já davam um sinal de reação da colônia.

Na Segunda Guerra Mundial, a França foi derrotada pela Alemanha. O enfraquecimento desse país gerou uma oportunidade para que o Japão, aliado da Alemanha, tentasse ocupar a Indochina.

Ho Chi Minh tinha planos próprios, queria a independência do Vietnã e criou um movimento chamado Vietminh para conseguir isso pela força, afirmou o historiador  Demétrio Magnoli em seu livro História das Guerras. O movimento de Ho Chi era comunista e nacionalista.

Esse movimento foi bem-visto pelos americanos que lutavam contra o Japão. O objetivo do apoio era conter a expansão do Eixo, que era composto pelos japoneses e pelos nazistas.

A França ficou dividida, a parte dominada pelos nazistas foi contra esse movimento, a chamada República de Vichy. Já a parte próxima aos Aliados, de Charles de Gaulle, apoiou os vietminh.

Com o fim da guerra, a Conferência de Potsdam definiu que o Vietnã seria dividido em dois: Sul e Norte. Em agosto do mesmo ano, Ho Chi Minh iniciou uma insurreição para tomar o país inteiro. Ele proclamou a República Democrática do Vietnã.

Em 1946, a reação francesa dominou a região equivalente ao Vietnã do Sul. Diante dessa disputa, os franceses bombardearam o porto de Haiphong dando origem à Guerra da Indochina.

O exército vietnamita era menor, menos equipado e tinha menos treinamento do que o exército francês. Por isso eles empregaram táticas de guerrilha para conseguir vencer. O general Giap, homem responsável por liderar os vietnamitas, disse:

“Será a guerra entre um tigre e um elefante. Se acaso o tigre parar, o elefante o transpassará com suas poderosas presas: só que o tigre não vai parar; ele se esconde na selva durante o dia para só sair à noite; ele se lançará sobre o elefante e lhe arrancará o dorso por grandes nacos, depois desaparecerá e, lentamente, o elefante morrerá de exaustão e de hemorragia.”

A lógica da Segunda Guerra Mundial agora estava invertida. Os aliados não apoiavam mais Ho Chi Minh, ele era um líder comunista apoiado pela União Soviética e China, inimigas dos ocidentais. Os Estados Unidos e a Inglaterra estavam ao lado da França.

A ação tática e militar de Giap, que liderava os vietnamitas nas guerrilhas, surpreendeu os franceses. Eles sofreram duras perdas e ficaram em uma situação insustentável.

Charles Piroth, líder de artilharia da França, chegou a tirar a própria vida após se sentir humilhado pela vitória de Giap. Cercados, os franceses passaram a negociar a sua retirada do Vietnã.

O Vietnã, o Laos e o Camboja passaram a ser reconhecidos internacionalmente como estados independentes. Contudo, o Vietnã foi dividido entre Sul e Norte, o que mantinha a tensão da Guerra Fria no país e transformava a nação em um barril de pólvora pronto para explodir.

O início da Guerra do Vietnã (1955-1975)

Após a guerra da Indochina, a disputa entre Sul e Norte continuou intensa. Em 1956, as eleições do Vietnã do Sul não aconteceram após Diem, presidente do Vietnã do Sul, acusar influência dos comunistas do Norte. Ele dizia que os Vietminh estavam promovendo uma campanha de terror contra os militares do Sul.

O historiador Bevin Alexander definia o governo de Diem da seguinte forma:

“Diem criou uma oligarquia estreita e autoritária, composta principalmente por membros de sua família e de amigos católicos. A oligarquia explorava seus cargos para ganhos pessoais, perseguia budistas e opunha-se a reformas, protegendo as propriedades de latifundiários e exigindo dos camponeses pagamento pelas terras recebidas dos Vietminhs.”

Essa perseguição aos budistas gerou cenas marcantes no Vietnã. O monge Thích Quàng Dúc ateou fogo em seu próprio corpo como forma de protesto:

monge-protestando-fogo
O monge Thích Quàng Dúc ateando fogo em si mesmo.

Essa perseguição religiosa fez com que Diem recebesse a antipatia de grande parte da população, que era budista. Os comunistas viram nisso uma oportunidade de atuar. Em 1960, Ho Chi Minh criou a Frente de Libertação Nacional (NLF) que objetivava derrubar Diem e unificar o Vietnã, instaurando um governo socialista.

Estados Unidos da América na Guerra do Vietnã

Os Estados Unidos auxiliaram o Sul por meio da estratégia chamada guerra por procuração. Com o intuito de prejudicar a União Soviética, os EUA financiavam o Sul para fortalecê-los contra o avanço dos comunistas. Essa era uma forma de interferir, mas sem se envolver diretamente com a guerra.

Essa relação com o Sul foi abalada após os protestos dos budistas que ganharam proporção mundial e chocaram a opinião pública.

Os americanos se distanciaram do governo de Diem e foram lenientes com um golpe conduzido pelos altos militares do Vietnã do Sul que derrubou Diem. O ex-presidente foi preso e pouco tempo depois apareceu morto.

Com o novo governo, os EUA voltaram a se aproximar do Sul e a financiar o conflito contra o Norte, mantendo a postura de não se envolver diretamente. Isso mudou no ano de 1964, quando o presidente Lyndon Johnson autorizou o bombardeio aéreo a territórios norte-vietnamitas.

Ele usou de pretexto o Incidente do Golfo de Tonquim. Supostamente navios americanos haviam sido atacados pela marinha do Vietnã do Norte.

O Governo do Vietnã do Norte confirmou apenas um dos ataques, alegando que o navio americano havia invadido seu território marítimo. Em 2005, a Agência de Segurança Nacional (NSA) confirmou que o ataque não reconhecido pelos norte-vietnamitas realmente não havia sido confirmado nem pelos americanos.

O exército dos EUA era muito superior ao do Vietnã do Norte. Possuía mais poder bélico, treinamento e dinheiro. Isso fez com que os americanos tivessem vitórias estratégicas, como na batalha de Cedar Falls, Rolling Thunder e Junction City. Os americanos apelidaram os guerrilheiros do Norte de vietcongues. Esse termo significava “vietnamita comunista”.

O início do conflito dava a entender que a guerra duraria pouco tempo. Os americanos eram muito superiores no campo de batalha e colecionaram vitórias. A tropa estava com a moral elevada pela luta contra o comunismo e no cumprimento do dever. Essa situação mudou.

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