O presidente do Partido Liberal (PL), Valdemar Costa Neto, tem intensificado os bastidores da política ao abordar a necessidade de expandir a base de apoio da legenda para além dos eleitores de direita.
Em sua visão, é essencial atrair o eleitorado de centro para enfrentar o PT e aumentar as chances de vitória nas próximas eleições presidenciais de 2026. A movimentação, segundo Valdemar, não representa uma ruptura com os princípios conservadores do partido, mas uma estratégia crucial para garantir competitividade diante de um adversário que já conquistou a presidência cinco vezes.
Em suas declarações, Valdemar deixa claro que a eleição de 2026 não poderá repetir os erros de 2022. Ele argumenta que, sem uma expansão da base de eleitores, os conservadores poderão enfrentar mais uma derrota para a esquerda.
"Não temos votos hoje para ganhar em 2026", admitiu o líder do PL, refletindo a necessidade da aliança com o centro.
A peça central dessa estratégia continua sendo o ex-presidente Jair Bolsonaro. Mesmo após a declaração de inelegibilidade até 2030 pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Valdemar acredita que há espaço para reverter essa situação por meio de uma emenda ao projeto de anistia que visa beneficiar os presos envolvidos nos ataques de 8 de janeiro de 2023.
A inclusão de Bolsonaro nessa anistia é uma das pautas prioritárias do PL, apesar do ex-presidente já ter declarado que não gostaria de ter seu nome incluído nessa proposta.
Valdemar reconhece as dificuldades. Ele se queixa das críticas que recebe de aliados de Bolsonaro por manter diálogo com figuras de diferentes espectros políticos e afirma que há uma resistência dentro da própria base para compreender a necessidade de ampliar o leque de apoio.
"Eu tenho dificuldade em defender o pessoal do centro que nós queremos trazer para a direita. Mas, eu quero trazer do centro que defenda as pautas da direita", ressaltou, defendendo a necessidade de manter uma postura pragmática na condução das negociações políticas.
Apesar das críticas internas, Valdemar insiste que Bolsonaro é a única alternativa viável para a legenda enfrentar o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2026. Em suas palavras, o ex-presidente ainda possui um capital político imenso que pode ser decisivo na próxima eleição, mesmo se permanecer fora da disputa direta.
O cacique do PL também ressaltou a força do capital político do capitão da reserva afirmando que, mesmo diante da inelegibilidade, o ex-presidente ainda teria grande capacidade de influenciar a próxima eleição presidencial.
O presidente do PL destacou que, caso Bolsonaro não possa concorrer, ele poderia lançar um candidato de sua confiança e ainda assim ter chances de sucesso.
“Se prenderem o Bolsonaro e ele lançar um poste para Presidente da República, ele ainda terá muita força”, afirmou Valdemar, sugerindo que o apoio de Bolsonaro será decisivo para a estratégia do partido.
Apesar de Valdemar citar a possibilidade de Bolsonaro lançar um “posto”, ele rechaça a possibilidade desse preposto ser Michelle. De acordo com o comandante da sigla, o ex-presidente não quer sua esposa em um cargo do Executivo. Ele também mencionou a possibilidade da ex-primeira-dama ser candidata ao Senado pelo Distrito Federal.
O presidente do PL também apontou o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), como uma possível alternativa de candidatura para 2026, caso Bolsonaro permaneça inelegível. Segundo o comandante da legenda, o ex-ministro da Infraestrutura é um aliado leal e totalmente comprometido com as pautas conservadoras, referindo-se a ele como "Bolsonaro roxo". Essa proximidade, segundo o dirigente partidário, faz de Tarcísio uma figura de confiança dentro do partido, com potencial para reunir o eleitorado de direita em torno de sua eventual candidatura.
Com o foco em ampliar o espectro de apoio e as negociações políticas em andamento, Valdemar Costa Neto mantém a confiança de que o PL terá condições de competir de igual para igual com o PT em 2026. Para ele, o futuro do capital político de Jair Bolsonaro depende de uma combinação de pragmatismo, articulação e a força do eleitorado conservador, que continua a ver em Bolsonaro seu principal líder. Ainda assim, o presidente do PL reconhece que a estratégia para fortalecer a legenda precisa envolver novas alianças e uma visão clara de longo prazo, garantindo que o partido permaneça competitivo, independentemente dos desafios que possam surgir no caminho.
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