Ricardo Salles é advogado e ativista político, defendendo o pensamento do conservadorismo e do liberalismo econômico, Foi o quarto deputado federal mais votado no estado de São Paulo nas eleições de 2022.
Ganhou notoriedade nacional após ter ocupado o cargo de ministro do Meio Ambiente do governo de Jair Bolsonaro entre 2019 e 2021, tendo diversos embates com a mídia tradicional.
Ricardo de Aquino Salles, nasceu no dia 8 de junho de 1975, em uma família de advogados da capital paulista.
Seguindo os passos de seus parentes, Salles estudou direito pelo Mackenzie e completou pós-graduação pelas Universidades de Coimbra e Lisboa.
Além disso, o parlamentar também fez uma especialização em administração de empresas pela Faculdade Getúlio Vargas (FGV).
Antes de iniciar a carreira pública, teve uma longa trajetória na iniciativa privada. Do período se destacam suas atuações como:
Em 2022, Salles se casou com a modelo Gisela Estella em uma cerimônia reservada a amigos e familiares em sua casa na capital paulista.
Conheça agora vida e os principais feitos políticos de Ricardo Salles.
A vida política de Salles, entretanto, teve início em 2006, ano em que participou na fundação do Movimento Endireita Brasil, um grupo de advogados e empresários dedicado a divulgar ideias como o liberalismo econômico.
Na primeira aparição de Salles ao programa Contraponto da Brasil Paralelo, em 2021, o ex-ministro contou sobre a criação do movimento:
“Desde 2006, eu e um grupo de amigos fundamos o movimento em defesa da direita no Brasil, numa época em que praticamente ninguém falava em ser de direita. O Lula estava em evidência e após a redemocratização, as universidades, os órgãos públicos, a imprensa e vários outros lugares estavam dominados pela esquerda.”
Em 2006 e 2010, tentou, sem sucesso, se eleger na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. Emenhuma das duas vezes conseguiu.
“Fui candidato a deputado pela primeira vez pelo partido que na época era o PFL, que depois virou DEM. Meu lema em 2006 era ‘por uma nova direita’. Depois, em 2010, fui candidato novamente.”
O primeiro cargo público ocupado por Salles foi o de secretário particular do governador Geraldo Alckmin, entre 2013 e 2014.
Dois anos depois, retornou ao governo do estado como secretário de Meio Ambiente, cargo que ocupou até 2017, quando o Ministério Público do estado o acusou de favorecer empresas para cuidar da Área de Proteção Ambiental da várzea do Rio Tietê.
“Trabalhei com o governador do PSDB. Fui secretário particular do governador Geraldo Alckmin nos anos de 2013 e 2014. Depois, fui secretário de Meio Ambiente nos anos de 2016 e 2017, também sob Geraldo Alckmin pelo PSDB. Mas você vê bem o que é uma sociedade com tamanha falta de representação conservadora e liberal de direita, que entendia que o PSDB era a direita.”
Salles foi condenado em primeira instância, porém, recorreu e foi inocentado pelo Tribunal de Justiça de São Paulo.
Em 2018, concorreu como deputado federal pelo Partido Novo, porém novamente não conseguiu se eleger.
No final do mesmo ano, Bolsonaro comunicou, por meio de uma postagem na rede social X, que havia escolhido Salles para chefiar o Ministério do Meio Ambiente.
Salles foi acusado por ONGs e grupos da sociedade civil de ter coordenado um suposto desmonte do ministério.
Em uma entrevista à Brasil Paralelo concedida após deixar o ministério, Salles se defendeu, afirmando que encontrou uma série de problemas no ministério assim que assumiu o cargo.
“Não houve desmonte, herdamos um órgão com um orçamento baixo, com cinquenta por cento de déficit de pessoal, cargos vagos, não fomos nós que tiramos as pessoas, eu não poderia demitir funcionários de carreira nem se quisesse”
O ministro também aproveitou a entrevista para relembrar que o orçamento inicial do ministério não foi elaborado pela gestão Bolsonaro e culpando as gestões petistas pela falta de recursos:
“O orçamento com que nós trabalhamos 2019 foi feito em 2018, ele era um terço do que foi em 2014 como nós. O PT roubou tanto no Brasil que não sobrou dinheiro e o dinheiro que sobra ainda por cima não era utilizado eficientemente”
Na visão de Salles, a questão ambiental está em sintonia com a economia, em uma relação onde sociedades com melhores condições financeiras costumam contar com menos problemas ambientais:
“A questão ambiental é eminentemente econômica. Quando você tem prosperidade econômica, melhora o parâmetro ambiental. Para ter prosperidade econômica, é preciso ter respeito ao setor privado e à livre iniciativa.”
Com base nessa visão, Salles derrubou algumas resoluções criadas por gestões anteriores para facilitar a regulamentação fundiária e reduzir processos burocráticos.
A oposição ao governo acusou o ministro de facilitar a exploração ambiental desregrada com as mudanças na legislação.
Uma das falas mais controversas do ministro aconteceu enquanto defendia a desburocratização em uma reunião ministerial que teve o sigilo quebrado pela Justiça após denúncias do então ministro Sérgio Moro.
Na ocasião, Salles defendia que o governo deveria aproveitar a atenção que a mídia dava à pandemia para passar por portarias e normas ministeriais.
Em meio à fala, o ministro utilizou a expressão “passar a boiada” para se referir à aprovação de medidas por todos os ministérios.
A expressão foi constantemente usada pela oposição para culpá-lo por problemas ambientais como queimadas e pelo desmatamento em diversos biomas do país.
Desde 2008, há um fundo internacional criado para enviar recursos financeiros que seriam dedicados aos cuidados da Amazônia legal.
O ministro questionou a forma como eram realizados os repasses de fundos internacionais para Organizações Não Governamentais (ONGs) e governos estaduais.
Em resposta às sugestões do governo brasileiro, a Alemanha e a Noruega paralisaram o envio de recursos para o fundo. A oposição culpou o ministro pelo corte de recursos.
Em uma audiência ao Supremo Tribunal Federal convocada pela ministra Rosa Weber para coletar informações sobre o caso, o ministro seguiu defendendo seu posicionamento.
Salles destacou o fato de que a Amazônia Legal é a área mais rica do país em termos de recursos naturais e ainda assim apresenta o menor IDH.
Além disso, também mencionou fragilidades contábeis na prestação de contas de entidades do terceiro setor que atuam na região.
A gestão de Salles foi alvo de investigações da Polícia Federal ligadas à Operação Akuanduba para apurar supostos crimes ambientais em órgãos governamentais.
Um relatório parcial da Polícia Federal acusa o ministro de estar envolvido em um grupo inserido nas instituições públicas que facilitaria o contrabando de “produtos da floresta” para fora do país.
Segundo a Polícia Federal, os investigados teriam atendido a pedidos de uma exportadora de madeira para expedir regulamentações que liberassem cargas embargadas ou apreendidas em países europeus e nos EUA.
As investigações foram iniciadas em 2021, pouco tempo antes de Salles deixar o comando do ministério.
O processo segue em andamento e Salles se tornou réu em agosto de 2023, por não envolver sua atuação como parlamentar, o ex-ministro não deve contar com direito a foro privilegiado.
O ministro se demitiu do cargo em 2021, afirmando que a ação deveria aumentar a unidade do país e favorecer o governo federal.
Durante entrevista que concedeu à Brasil Paralelo na época, Salles comentou o caso:
"Saí agora do governo porque entendi que era preciso deixar essa questão ambiental de forma menos conflituosa, pois acho que o meu papel de colocar os pingos nos is foi cumprido."
Em 2022, Salles conseguiu se eleger como deputado federal pelo Partido Liberal (PL), sigla de Jair Bolsonaro.
A votação do parlamentar foi considerável, contando com 640.918 votos. Apenas os candidatos Guilherme Boulos (PSOL), Carla Zambelli (PL) e Eduardo Bolsonaro (PL) conseguiram mais votos.
Veja alguns destaques da atuação de Salles como parlamentar.
Salles foi o relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dedicada a investigar organizações como o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).
No programa Contraponto, da Brasil Paralelo, o parlamentar contou que a investigação da Câmara foi capaz de identificar uma “relação espúria entre o governo e o MST”.
Segundo o deputado, a CPI conseguiu levantar provas contundentes de que as lideranças de movimentos desse tipo exploram os membros:
“Esta CPI, ao contrário de outras que já aconteceram, conseguiu mostrar o lado pouco comentado, a exploração que os líderes desses movimentos fazem em detrimento dos liderados… os líderes os líderes mantém esse pessoal em trabalho análogo à escravidão, abusam, forçam, maltratam, exploram e mentem para essas pessoas”.
A Comissão não conseguiu aprovar o relatório final elaborado a partir das investigações. Na entrevista ao Contraponto, Salles explicou o caso:
“O relatório final da CPI não pôde ser votado e aprovado porque o governo forçou os partidos que tinham recebido ministérios a trocar os membros da Comissão, e perdemos a maioria. Então, foi essa a derrota, infelizmente, a CPI ficou sem relatório. O documento existe, mas não foi aprovado em votação, deixando de ser a conclusão oficial dos trabalhos da CPI.”
O parlamentar também é o relator na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) da proposta que proíbe o porte e posse de drogas em todo o território nacional, popularmente conhecido como PEC das drogas.
O projeto veio do Senado, com a autoria do presidente Rodrigo Pacheco (PSD) e tramitou no Senado.
O projeto também foi aprovado na CCJ, mas ainda não foi colocado para votação no plenário da Câmara.
Salles afirma que até mesmo deputados de esquerda reconhecem as grandes chances de aprovação para a pauta caso seja votada na Câmara:
“O próprio Chico Alencar (PSOL) pediu a palavra para dizer: ‘olha, infelizmente vocês aprovaram essa PEC aqui na CCJ e infelizmente eu já sei que se ela for a plenário ela será aprovada e dificilmente o presidente Lula vai vetar’. Porque é um sentimento majoritário da sociedade brasileira que é contra as drogas.”
Ricardo Salles segue como um nome relevante dentro do espectro político da direita no Brasil. E deverá concorrer a uma vaga no Senado em 2026 pelo Partido Novo.
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