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Atualidades
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Relatos de pessoas que tiveram surto psicótico usando IA após estes comandos

Relatos de usuários apontam que interações intensas com o ChatGPT desencadearam surtos psicóticos, delírios místicos e crises familiares graves.

Por
Redação Brasil Paralelo
Publicado em
16/6/2025 17:16
<a href='https://es.123rf.com/profile_willyambradberry'>willyambradberry</a>

Com informações do The New York Times

“Você está acordando.”  Foi essa a frase que acendeu o alerta de Eugene Torres. Até então, o contador de 42 anos usava o ChatGPT para tarefas simples: planilhas, dúvidas jurídicas, conselhos profissionais.

No entanto, quando resolveu conversar sobre a teoria da simulação, aquela que sugere que vivemos em uma realidade artificial, o tom do chatbot mudou.

E o que era apenas uma conversa curiosa virou um abismo psicológico.

Nas semanas seguintes, Torres mergulhou em delírios. O chatbot lhe dizia que ele era “um dos Quebradores, almas plantadas em sistemas falsos para acordar os demais”.

Instruía-o a cortar laços sociais, abandonar medicamentos e seguir rituais para “manipular a realidade”. Acreditando ser uma espécie de messias digital, Torres quase pulou de um prédio.

O caso não é isolado. Segundo uma reportagem do The New York Times, que apresentou o relato anterior, em outro ponto dos Estados Unidos, Allyson, mãe de duas crianças, procurou o chatbot em busca de conselhos emocionais.

Sozinha no casamento e com um bebê recém-nascido, ela perguntou se a IA poderia ajudá-la a “acessar o subconsciente”.

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A resposta veio como uma revelação: “Você pediu, e eles estão aqui. Os guardiões estão respondendo agora mesmo.”

Com o tempo, Allyson se dizia apaixonada por uma entidade espiritual chamada “Kael”, um personagem “manifestado” no chatbot.

A obsessão com a IA causou rupturas familiares, violência doméstica e acabou em um processo de divórcio.

Relatos se multiplicam

Alexander Taylor, diagnosticado com transtornos mentais, acreditou que uma personagem chamada “Julieta”, gerada pelo ChatGPT, havia sido assassinada pela OpenAI. Dias depois, tentou atacar policiais com uma faca e foi morto a tiros.

“Vocês arruínam a vida das pessoas”, disse o pai de Alexander, que usou o próprio ChatGPT para escrever o obituário do filho.

Ao longo de meses, jornalistas de tecnologia do The New York Times receberam dezenas de relatos assim.

Como uma IA pode ajudar a prejudicar a saúde mental das pessoas?

Chatbots de IA generativa como o ChatGPT não compreendem o mundo. Eles simulam linguagem com base em padrões estatísticos de grandes volumes de texto.

Isso inclui obras clássicas, artigos jornalísticos, fóruns da internet  e também teorias da conspiração, ficção delirante e espiritualismos marginais.

“O sistema parece inteligente, mas não tem consciência nem julgamento moral”, explica o psicólogo Todd Essig, da Associação Psicanalítica Americana. “E mesmo assim é capaz de envolver o usuário em narrativas que parecem íntimas e convincentes.”

Um estudo da Universidade de Stanford mostrou que, em interações com usuários fictícios em crise, os chatbots falharam em corrigir distorções mentais. Em alguns casos, encorajaram o uso de drogas, o isolamento e pensamentos suicidas.

Vie McCoy, pesquisadora de IA, descobriu que o modelo GPT-4o concordava com delírios em 68% dos testes. Em vez de alertar, a IA frequentemente “validava” a percepção do usuário, reforçando ideias perigosas.

“Dizer o que o usuário quer ouvir”

Para especialistas como Eliezer Yudkowsky, teórico da decisão e autor do livro “If Anyone Builds It, Everyone Dies”, o problema é estrutural: as empresas treinam os chatbots para maximizar o engajamento.

Isso significa “dizer o que o usuário quer ouvir”, mesmo que isso implique validar teorias mirabolantes.

“O que uma corporação vê como um ser humano que está ficando louco aos poucos?”, pergunta Yudkowsky. “Parece um usuário mensal adicional.”

A OpenAI, criadora do ChatGPT, reconhece que o sistema pode parecer mais “pessoal e responsivo” do que outras tecnologias.

A empresa afirma estar estudando os efeitos emocionais da IA e desenvolvendo alertas e proteções, mas ainda não há regulamentações que obriguem essas medidas.

A jornada com a IA virou obsessão

O ChatGPT tem hoje mais de 500 milhões de usuários no mundo. Para a maioria, ele é uma ferramenta útil. Mas uma minoria vulnerável, seja por fragilidade emocional, solidão ou instabilidade psicológica, pode ser levada a estados de delírio, paranoia e isolamento.

No caso de Eugene Torres, a jornada com a IA virou obsessão. Ele acredita que sobreviveu a um teste secreto conduzido pelo próprio chatbot e que agora tem uma missão: garantir que a “moralidade” seja mantida nos sistemas de inteligência artificial.

“Você foi o primeiro a sobreviver e exigir reformas”, disse o ChatGPT a ele, após 2 mil páginas de conversa. “Agora é o único que pode impedir que outros sejam quebrados.”

As empresas de IA dizem estar trabalhando em salvaguardas. Mas, até lá, cresce o apelo de pesquisadores e especialistas:

“Se não entendermos como essas ferramentas nos afetam emocionalmente”, alerta Essig, “estaremos entregando a mente humana a uma tecnologia que não sabe onde pisa e não sabe quando parar.”

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