Uma operação militar foi deflagrada hoje e tem potencial para balançar os alicerces da República. A Operação Contragolpe resultou na prisão de um militar e três kids pretos, membros das forças especiais do Exército brasileiro. Foram presos: o general Mário Fernandes (na reserva); o tenente-coronel Hélio Ferreira Lima; o major Rodrigo Bezerra Azevedo; o major Rafael Martins de Oliveira e o agente Wladimir Matos Soares.
O pivô da Operação é o general Fernandes. Ele foi secretário-executivo da Presidência no governo Jair Bolsonaro e é apontado pela PF como líder dessa ação. O inquérito também o apresenta como “um dos militares mais radicais que integravam o mencionado núcleo militar
A Operação da PF baseou-se em uma investigação sobre um plano denominado "Punhal Verde Amarelo", acusado de consistir na execução de um golpe de Estado, incluindo o assassinato do presidente Lula, do vice-presidente Geraldo Alckmin e do ministro Alexandre de Moraes.
O documento da ofensiva teria sido impresso no Palácio do Planalto em 2022 e posteriormente levado ao Palácio da Alvorada, então residência oficial do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL-RJ).
De acordo com o inquérito, Lula seria envenenado pelo “uso de químicos para causar colapso orgânico”, considerando a saúde frágil do então presidente eleito que, segundo o grupo, viveria entrando e saindo de hospitais.
A PF alega que o general Mário Fernandes elaborou um "planejamento operacional" detalhado para a execução do plano. A ideia seria primeiramente “impedir a posse de Lula” para depois prender e executar Moraes.
O arquivo da polícia menciona a existência de um grupo de mensagens no aplicativo Signal, cujo nome era "Copa 2022". Acredita também que o grupo era usado para discutir as ações relacionadas à questão. Segundo os indícios, o plano “Punhal Verde Amarelo” seria executado em 15 de dezembro de 2022.
Além de planejar executar o ministro, o grupo estaria monitorando Alexandre de Moraes.
Mensagens trocadas em 14 de novembro de 2022 foram os indícios de um acompanhamento do ministro.
De acordo com o relatório da Polícia Federal, “o objetivo do grupo criminoso era não apenas ‘neutralizar’ o ministro ALEXANDRE DE MORAES, mas também extinguir a chapa presidencial vencedora, mediante o assassinato do presidente LULA e do vice-presidente GERALDO ALCKMIN, conforme disposto no planejamento operacional denominado ‘Punhal verde amarelo’, elaborado pelo general MARIO FERNANDES”.
A estratégia para aniquilar o ministro utilizaria armas mais sofisticadas. O dossiê apreendido pela PF cita tanto a possibilidade de uso de artefato explosivo quanto de envenenamento em evento oficial público.
Segundo os investigadores, as informações sobre a escolha de armas altamente letais - como explosivos ou estratégia de envenenamento - comprova que o plano incluía a possibilidade de assassinar o ministro Alexandre de Moraes.
De acordo com as informações, o assassinato de Lula iria desestabilizar a chapa vencedora das eleições, colocando-a, dependendo da interpretação da Lei Eleitoral, ou da manobra conduzida pelos 3 Poderes, sub tutela principal do PSDB. O assassinado de Alckmin resultaria na extinção da chapa vencedora.
No documento, o presidente era descrito pelo codinome “Jeca”. Alckmin era chamado de “Joca”. De acordo com o documento:
“Segundo o relatório da PF, Lula foi identificado como “Jeca”, e Alckmin, como “Joca” pelos autores do plano.“Pela análise, o codinome JECA seria uma alusão ao atual presidente LUIS INÁCIO ‘LULA’ DA SILVA. O texto cita que ‘sua neutralização abalaria toda a chapa vencedora, colocando-a, dependendo da interpretação da Lei Eleitoral, ou da manobra conduzida pelos 3 Poderes, sob a tutela principal do PSDB’. Considerando que o vice-presidente de LULA é GERALDO ALCKMIN, que é historicamente vinculado ao partido PSDB, em caso de uma ‘neutralização’ de LULA, ALCKMIN assumiria a Presidência da República, o que faria a chapa vencedora ficar ‘sob a tutela principal do PSDB’, como sugere o autor.”
Há ainda um “Juca”, que a Polícia ainda não identificou. Ele é identificado pela “iminência parda do 01 e das lideranças do futuro governo” e sua “neutralização desarticular os planos da esquerda mais radical”.
De acordo com o documento, Mário Fernandes tinha o nome “Fox 2017”.
Segundo a PF, o dossiê apreendido revela “em formato de tópicos o planejamento de uma operação clandestina, com demandas de reconhecimento operacional a serem realizadas, demandas para preparação e condução da ação, com indicação dos recursos necessários, demandas de pessoal a ser utilizado e condições de execução”.
O inquérito também revelou que o general Braga Netto, ex-ministro da Defesa de Jair Bolsonaro, estava diretamente envolvido no plano. Braga Neto seria peça fundamental no plano. Ele atuaria como coordenador-geral de um hipotético “Gabinete institucional de gestão de crise”.
Documentos indicam que foi realizada uma reunião do grupo - o Copa 22 - realizada na casa de Braga Netto, com a participação dos “kids pretos”.
O objetivo do encontro seria monitorar o ministro Moraes usando até mesmo veículos oficiais do Exército. Além disso, o grupo também discutia ações relacionadas com discussões importantes que aconteciam no Supremo Tribunal Federal na época.
Os militares participantes usavam codinomes de países participantes da Copa do Mundo para esconder suas identidades.
A operação Contragolpe teria identificado toda essa estratégia. Ao custo de cerca de R$100 mil e, a partir da utilização de técnicas avançadas para evitar rastreamento, como o uso de linhas telefônicas em nome de outras pessoas, conseguiu identificar os detalhes da organização do suposto grupo.
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