Do simbólico ao instantâneo: o risco da superficialidade
Muzy alertou para um problema crescente: o vício cultural em estímulos imediatos, influenciado pelas redes sociais
“Hoje temos filmes de 1 minuto e 30 segundos, como os reels. Tudo é trazido de forma muito crua, na palma da mão”, afirmou. “Buscamos no cinema aquilo que vemos na rua e nas redes: picos de dopamina, cenas cruas, sem mediação simbólica. E com isso perdemos a beleza do que é pictórico, do que exige reflexão.”
Para ele, esse cenário exige curadoria.
“Não se pode colocar as pessoas para verem filmes antigos sem que entendam por que esses filmes são bons. Senão, vira só saudosismo, um resgate vazio.”
Segundo Muzy, o papel da cultura está em ampliar o olhar e isso só acontece quando há orientação, intenção e contexto.
Heróis, vilões e dilemas humanos
Citando a famosa frase de Batman “Ou você morre herói ou vive o suficiente para se tornar um vilão”, Muzy destacou o papel das histórias na formação moral.
Pedro Alaer complementou com uma análise simbólica. “Os vilões da vida real não se veem como vilões, mas como os heróis da própria história”, disse, mencionando o Coringa como exemplo.
Tanto Muzy quanto Alaer apontaram um esvaziamento das narrativas em nome da ideologia.
“A cultura woke sacrificou o cinema para difundir agendas. E isso mina a transcendência que o cinema pode oferecer”, criticou Alaer.
Segundo ele, a mesma ferramenta que hoje é usada para estimular o superficial pode, e deve, ser usada para construir o profundo.
Por fim, Paulo Muzy concluiu destacando como as fantasias podem oferecer diferentes perspectivas sobre um mesmo ponto e levar o espectador a refletir sobre a realidade.
“A fantasia é uma chance de oferecer reflexões. Todos os que assistem a um bom filme têm reflexões diferentes. A questão é: que tipo de reflexão queremos provocar?”
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