O deputado federal Nikolas Ferreira afirmou que vai processar o presidente Lula.

A decisão foi anunciada após Lula participar de um evento oficial. No mesmo dia, o presidente também deu entrevista à Rádio Itatiaia sobre a megaoperação da Polícia Federal contra o PCC. Sem citar nomes, afirmou que campanhas contra mudanças no PIX favorecem o crime organizado.

“Em rede nacional, Lula cometeu a canalhice de afirmar, dolosamente e sem prova alguma, que eu defendi o crime organizado. Uma mentira torpe, criminosa e irresponsável. Irei à Justiça para que responda por essa difamação assim como farei com todos os demais — estou compilando tudo”, disse o deputado.

As declarações de Lula ocorreram no contexto de uma grande operação da Polícia Federal contra o PCC.

O governo alega que criminosos têm usado fintechs para lavar dinheiro e que a Receita Federal precisa reforçar a fiscalização do setor.

Segundo a Receita, a circulação de notícias falsas sobre uma suposta “taxação do PIX” teria aberto espaço para a atuação de grupos criminosos.

O que Lula disse no evento

Em entrevista à Rádio Itatiaia, Lula disse que o deputado fez campanha contra mudanças no Pix para “defender o crime organizado”.

“Tem um deputado que fez uma campanha contra as mudanças que a Receita Federal propôs, e agora está provado que o que ele estava fazendo era defender o crime organizado.”

Lula se referia a um vídeo publicado em janeiro, em que Nikolas acusava o governo de querer taxar o Pix. A gravação já passa de 336 milhões de visualizações.

“Naquele tempo a mudança era para combater o crime organizado. Agora, nós vamos colocar as fintechs com uma apuração mais rígida, porque nós descobrimos que tem muita gente ligada ao crime organizado.”

Nikolas é atualmente um dos principais deputados de oposição a Lula. A disputa entre o deputado e o presidente pode se prolongar nos tribunais. Enquanto Nikolas promete acionar a Justiça por difamação, o governo reforça que as mudanças no sistema de fiscalização são parte da estratégia contra a lavagem de dinheiro e o avanço do crime organizado no setor financeiro.

O jornalismo da Brasil Paralelo existe graças aos nossos membros

Como um veículo independente, não aceitamos dinheiro público. O que financia nossa estrutura são as assinaturas de cada pessoa que acredita em nossa causa. 

Quanto mais pessoas tivermos conosco nesta missão, mais longe iremos. Por isso, agradecemos o apoio de todos. 

Seja também um membro da Brasil Paralelo e nos ajude a expandir nosso jornalismo. 

Clique aqui.