A Faria Lima, coração do mercado financeiro brasileiro, foi palco da maior operação já realizada no país contra a infiltração do crime organizado na economia formal.
A Operação Carbono Oculto mobilizou 1.400 agentes para cumprir 200 mandados de busca e apreensão em 350 locais espalhados por dez estados.
Só em São Paulo, 42 dos alvos estavam concentrados na região da Avenida Brigadeiro Faria Lima, em edifícios onde funcionam fundos de investimento, corretoras e empresas ligadas ao esquema.
Como funcionava o esquema bilionário do PCC
Segundo a Receita Federal e o Ministério Público, o PCC controlava a cadeia de combustíveis, da produção até os postos.
Os investigadores identificaram ao menos 40 fundos de investimento com patrimônio estimado em R$30 bilhões sob controle direto ou indireto da organização.
O BK Bank e o fundo Reag são investigados por atuar na compra de empresas e usinas para a facção.
O núcleo principal do esquema seria liderado pelos empresários Roberto Augusto Leme da Silva, o "Beto Loco", e Mohamad Hussein Mourad.
Ambos estavam ligados ao grupo Aster/Copape, que controlava distribuidoras, formuladoras e redes de postos.
A dupla teria se associado ao Grupo Refit (ex-Manguinhos), do empresário Ricardo Magro. Entre os ativos do grupo estavam:
- quatro usinas de álcool,
- cinco redes de postos com mais de 300 unidades,
- 17 distribuidoras,
- duas instituições de pagamento e
- seis refinadoras.
Até redes de padarias e lojas de conveniência integravam a engrenagem de lavagem de dinheiro.
O caso envolve a movimentação de R$46 bilhões em operações não rastreáveis, com sonegação estimada em R$7,6 bilhões só em São Paulo.
A principal fintech envolvida, o BK Bank, teria movimentado sozinha R$17,7 bilhões.
Uma rede de "laranjas" era usada para ocultar patrimônio, movimentar recursos e adquirir ativos como usinas, fazendas e imóveis de luxo.












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