Posicionamento político de Daniel
Daniel Roy-Gilchrist Noboa Azin se define como centro-esquerda, mas suas propostas conversam com a centro-direita, afirma o cientista político Roberto Calderón à BBC:
"Ele se descreve como sendo de centro-esquerda devido à baixa popularidade do governo de Guillermo Lasso, pois sabe que o rótulo de direita poderia associá-lo à continuação desse executivo".
As principais propostas de Daniel são:
- favorecer o setor privado com isenções fiscais;
- mão firme na luta contra o crime, buscando separar os prisioneiros condenados por crimes mais graves dos demais;
- penalizar o uso de drogas em pequena escala;
- criar um sistema de júri para crimes graves e investir em drones e radares para combater o crime organizado nas fronteiras;
- retomada de obras públicas de construção civil para gerar empregos para a juventude;
- criar programas que unam a educação com instituições produtivas da economia de mercado.
Daniel é formado em Administração de Empresas pela Stern School of Business, da Universidade de Nova York.
Tem mestrados em Administração Pública e de Empresas, pela Kellogg School of Management; de Comunicação Política e Governança Estratégica, pela Universidade George Washington, e um terceiro na Universidade de Harvard.
Um país cada vez mais violento
As propostas de Daniel visam combater o aumento da criminalidade no Equador. De acordo com dados da polícia, foram registrados 3.500 homicídios nos primeiros sete meses deste ano, um dos maiores índices de violência do país que possui 17 milhões de habitantes.
Bairros e prisões do Equador são controlados por facções criminosas, tais como Los Choneros, Los Lobos e a Máfia Balcânica. Um dos comícios de Daniel foi marcado por um atentado contra sua vida, pouco tempo após o assassinato do candidato Fernando Villavicencio.
Seis pessoas foram presas pelo possível assassinato de Fernando, e as seis foram assassinadas na prisão.
Ao comentar a situação da segurança do Equador, Daniel disse:
"As prisões em barcaças seriam uma medida transitória para alocar os criminosos mais perigosos, enquanto reestruturamos todo o sistema penitenciário, mas não podemos tratá-los como em um hotel cinco estrelas. Eles têm tomadas, ar-condicionado, telas, há suítes nas prisões".
Mandato mais curto que o normal
Daniel terá um mandato mais curto que o normal. Isso se dá porque o ex-presidente Guillermo Lasso convocou as eleições antes do final de seu mandato. A gestão de Guillermo estava sendo atacada por grande parte da população por não conseguir resolver o problema da segurança, mesmo em estado de sítio.
O novo presidente governará até 2025. Segundo Daniel:
"Se vencermos, buscarei a reeleição em 2025".
Daniel terá de lidar com um país com o caos social gerado pelo crime organizado e com taxas altas de desemprego entre os jovens.
A América Latina está indo para a Direita? Argentina pode ser o próximo
A eleição de Daniel Noboa aconteceu uma semana antes da eleição presidencial da Argentina. Segundo as pesquisas eleitorais e o resultado das eleições prévias, a Argentina terá o presidente mais à direita de sua história.
Javier Milei é um convicto anticomunista que luta contra o movimento progressista na America Latina há anos. Sua eleição promete mudar a geopolítica da região.
Devido a importância dessas eleições e a escassez de material sobre Javier Milei, a Brasil Paralelo trouxe para o Brasil um documentário exclusivo sobre a vida e pensamento do possível próximo presidente da Argentina.
- Nesta quarta-feira (18), às 20h, você poderá assisti-lo gratuitamente como uma programação especial no YouTube da Brasil Paralelo. Não perca! Basta tocar aqui e ativar o lembrete do YouTube para ser avisado da estreia.