Infiltrados: Venezuela, Diário de Viagem [Capitulo 1]

Bruno Musa é um empresário que atua há 15 anos no mercado financeiro, fundador da empresa de investimentos Acqua Vero, assessor financeiro e professor de finanças. A convite da Brasil Paralelo, Musa viajou para a Venezuela para conhecer a realidade do país com seus próprios olhos.

Ele compartilhou com a Brasil Paralelo sua jornada, aprendizados e descobertas. Elas serão apresentadas neste diário nos próximos dias:

Diário de Viagem [Capitulo 1]

Oi, eu sou o Bruno Musa. Já fui a Cuba e a outros países por uma vontade genuína de conhecer a história desses lugares e entender o dia a dia das pessoas que moram lá. Eu sempre fui interessado por conhecer histórias reais. 

Mas um país ainda me intrigava: a Venezuela.

Nos últimos anos, escutei muitos relatos sobre o que está acontecendo na Venezuela. Para mim, as manchetes dos jornais apontavam constantemente uma triste realidade.

Crise econômica, falta de alimento nas prateleiras de supermercados, miséria, corrupção, inflação, instabilidade política e uma das maiores crises migratória e humanitária do planeta.

Cheguei a ver notícias que diziam que a ONU acusou o país de ter cometido crimes contra a humanidade, afirmando também que pessoas foram presas à força.

Quando pesquisei sobre o índice de liberdade econômica do país, descobri que a Venezuela tem o terceiro pior indicador mundial.

Além disso, assuntos como socialismo, movimentos revolucionários, Hugo Chávez e Nicolás Maduro são recorrentes nos jornais e revistas do Brasil e do mundo.

Mas, aparentemente, as notícias sobre a Venezuela nem sempre foram assim.

Os venezuelanos eram ricos, prósperos e conhecidos como um dos maiores consumidores de whisky do mundo.

Isso me deixou ainda mais curioso, afinal, como uma nação com aparente passado de sucesso e prosperidade ganhou os holofotes da mídia com notícias sobre pobreza e miséria?

O problema era que eu conhecia a Venezuela só pela voz dos outros. Finalmente, entendi que estava na hora de ver a realidade com os meus próprios olhos.

Aceitei uma missão arriscada. 

Muitas pessoas me disseram que a Venezuela vive sob forte regime e ir a um país supostamente tão fechado e registrar o cotidiano do povo venezuelano seria perigoso.

Mas como ir até lá e filmar tudo sem ter o material confiscado pelo governo?

Ouvi dizer que lá está localizada a maior favela da América Latina. Pelo risco, será que devo ir sozinho ou acompanhado?

Confesso que não sei muito bem por onde começar e preciso pensar a respeito.