Em mensagem interna, o presidente do grupo, Paulo Marinho, reiterou a necessidade de uma “gestão financeira responsável” e reforçou que os cortes de gastos seguirão em vigor.
No digital, a Globo continua expandindo sua presença:
- A base de assinantes do Globoplay cresceu 32%;
- O serviço Première Play subiu 52% em comparação ao 1º trimestre de 2024;
- O Globoplay alcançou 1,8% da audiência total da TV brasileira.
No entanto, boa parte desse crescimento vem de acordos com operadoras como a Claro, que oferece o Globoplay em pacotes com valor fixo.
Isso significa que, mesmo com mais usuários, a receita extra nem sempre acompanha o ritmo, já que o faturamento não cresce proporcionalmente.
A emissora compensa parte disso com publicidade digital, que, embora crescente, ainda vale menos que as antigas assinaturas diretas.
A publicidade segue como principal fonte de receita do grupo
A receita da empresa com anúncios foi de R$ 2,7 bilhões, representando um crescimento de R$ 400 milhões em relação ao período anterior.
Já as receitas com conteúdo como assinaturas, canais pagos e licenciamento somaram R$1,3 bilhão, alta de 9%.
Apesar dos números ainda positivos, a emissora enfrenta uma estagnação estrutural. O faturamento total da Globo em 2024 foi de R$16,4 bilhões, valor parecido com o registrado em 2014, quando a empresa somou R$16,2 bilhões.
- Corrigido pela inflação (IPCA), aquele montante equivaleria hoje a R$28,6 bilhões.
A Globo não está em crise terminal, mas lida com um novo cenário: receitas que crescem menos do que os custos e margens mais apertadas.
O lucro líquido de R$1,99 bilhão em 2024 confirma a robustez da operação, mas reforça que o império da televisão brasileira terá de manter os ajustes para preservar sua relevância.
Diante disso, a emissora parece ter implementado algumas estratégias:
- gastar menos por capítulo,
- aproveitar melhor os ativos digitais e
- reinventar o modelo tradicional num mercado que exige mais agilidade e menos estrutura.
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