As autoridades apreenderam um telefone que pertencia a uma ex-secretária de Fernandez. Com o dispositivo em mãos, os investigadores tiveram acesso a mensagens do WhatsApp em que Yáñez conta que o presidente batia nela.
Em um primeiro momento, a ex-mulher de Fernández não quis prestar depoimento, mas quando a notícia foi divulgada, acionou formalmente o juiz federal Julián Ercolini.
O magistrado é o encarregado do caso de desvio de verbas que envolveria o ex-presidente argentino.
A Justiça estabeleceu uma medida protetiva contra o ex-presidente, impedindo o político de:
- se aproximar a menos de 500 metros de sua ex-mulher
- se comunicar por qualquer meio com Yáñez.
O governo também reforçou a segurança da ex-primeira-dama, enviando dois novos agentes da Polícia Federal para a Espanha, onde ela mora atualmente.
A ex-primeira-dama pediu a substituição do policial responsável pela sua segurança, alegando se tratar de um homem de confiança de Fernández.
O ex-presidente tem negado todas as acusações, afirmando que está preparando um comunicado, mas que responderá às acusações sobre o caso:
"O resto eu falarei na frente da Justiça. É tudo falso. Mas vou demonstrar tudo na Justiça."
Setores ligados ao kirchnerismo, como o grupo militante La Cámpora, repudiaram Fernández e prestaram solidariedade à ex-primeira-dama.
A Frente de Mulheres La Cámpora soltou uma nota em que afirmou:
"Dói-nos e revolta-nos que um ex-presidente banalize e zombe de bandeiras, premissas e conquistas que nós, feministas, temos levado adiante durante estes anos... Não podemos deixar de nos referir à violência exercida por ele mesmo contra Cristina Kirchner, assim como contra mulheres de seu círculo próximo, a quem responsabilizou por situações que foram questionadas publicamente a ele."
O presidente Milei reagiu às acusações contra seu antecessor por meio de uma carta aberta publicada na rede social X, na qual reafirma suas políticas e chama homens que agridem mulheres de “psicopatas”:
"Como sustentamos há anos, a solução para a violência que os psicopatas exercem contra as mulheres não é criar um Ministério da Mulher, não é contratar milhares de funcionários públicos desnecessários, não são os cursos de gênero e definitivamente também não é atribuir a todos os homens uma responsabilidade apenas pelo fato de serem homens".
A carta segue destacando a necessidade de leis rígidas contra agressores de mulheres como a "única solução para reduzir o crime".