O dólar voltou a subir nesta sexta-feira, 1º de novembro, e chegou à cotação de R$5,87. O valor é o mais alto desde maio de 2020, quando a pandemia de Covid-19 estava em um de seus momentos mais críticos.
Lorem ipsum dolor sit amet, consectetur adipiscing elit. Suspendisse varius enim in eros elementum tristique. Duis cursus, mi quis viverra ornare, eros dolor interdum nulla, ut commodo diam libero vitae erat. Aenean faucibus nibh et justo cursus id rutrum lorem imperdiet. Nunc ut sem vitae risus tristique posuere.
A dificuldade do governo em diminuir os gastos é um dos principais motivos.
.webp)
O dólar voltou a subir nesta sexta-feira, 1º de novembro, e chegou à cotação de R$5,87. O valor é o mais alto desde maio de 2020, quando a pandemia de Covid-19 estava em um de seus momentos mais críticos.
O déficit primário chegou a R$7,2 bilhões, o maior valor desde o início da série histórica há 22 anos.
Isso significa que a diferença entre o que o governo gasta e o dinheiro disponível está no maior nível desde o início dos registros.Na avaliação do mercado, o governo está demorando demais para apresentar um pacote de corte de gastos.
Um dos principais motivos para a alta é a desconfiança do mercado com relação à política econômica do governo Lula.
As ressalvas do mercado não acontecem sem motivo., a A economista Renata Barreto explica em um vídeo publicado em sua conta no instagram que “a dívida pública subiu quatro pontos percentuais e vai continuar subindo se a gente continuar nessa pegada, como o governo não deu sinalização sobre possibilidade de corte de gastos, o Haddad até ventilou um pouco sobre isso, mas o mercado não vai mais pagar para ver”.
Na avaliação do mercado, o governo está demorando demais para apresentar medidas concretas para controlar as contas do mercado, o que aumenta a desconfiança.
O chamado risco fiscal tornou-se uma preocupação desde que a Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2025 foi divulgada, com a dívida pública subindo e o déficit primário alcançando níveis alarmantes.
No Brasil, há uma opinião majoritária entre especialistas sobre a necessidade de reduzir o crescimento das despesas, revisando gastos estruturais e diminuindo subsídios e incentivos fiscais. Tais medidas são consideradas essenciais para estabilizar a economia e restaurar a confiança dos investidores. No entanto, a implementação dessas ações depende de decisões políticas complexas e enfrenta resistência em alguns setores do governo.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, ainda não definiu uma data para apresentar um plano de cortes, o que alimenta as especulações e contribui para a pressão sobre o câmbio.
Há dois dias, ele afirmou que está conversando com o presidente Lula e com a ministra do planejamento, Simone Tebet, para tentar lidar com a questão, mas ainda não tem data para o anúncio do plano:
“Não tem uma data, Lula que vai definir. Mas a gente está avançando a conversa, estamos falando muito com o Planejamento também”.
A ministra tem defendido o corte de gastos como uma necessidade para resolver os problemas fiscais do país.
Segundo ela, a questão tributária já foi resolvida pelo governo, mas não foi o suficiente para sanar o problema do déficit público:
“O Brasil já fez o dever de casa, o governo, o Congresso, do lado da receita. Não é possível mais apenas pela ótica da receita resolver o problema fiscal do Brasil”.
Tebet afirmou também que o governo Lula irá realizar o corte de gastos sem mexer no direito de ninguém. Disse também que há muita política social ineficiente.
O economista Bruno Musa afirma que o governo evita respostas concretas sobre o corte de de gastos, pois são medidas impopulares:
“[O corte de gastos] não é o que o Lula quer. Ele não acredita nisso. Ele não tem outra forma de “comprar” o voto da população, não estou falando comprar como receber um dinheiro. Ele não tem como comprar a confiança da população, senão for por essa distribuição que ele faz historicamente.”
O economista não acredita que o governo Lula realizará cortes consistentes:
“Ele não tem como, ele não vai cortar. Espero errar, mas ele não vai cortar. Ele sabe que estamos próximos das eleições e que a popularidade dele anda caindo, então ele não vai cortar”, afirmou em entrevista ao BMC News.
A expectativa é de que o governo lance a medida apenas depois do dia 11 de novembro, já que o ministro da Fazenda vai fazer uma viagem à Europa na segunda (04) e voltará apenas no sábado, 9 de outubro..
Política americana
Outro fator que impacta o alto câmbio do dólar é o panorama político nos Estados Unidos:
“A gente tem uma das eleições mais disputadas nos últimos anos”, afirma o economista Bruno Perottoni, diretor de tesouraria do Braza Bank.
A possibilidade de Donald Trump vencer as eleições presidenciais de 2024 colabora para o fortalecimento do dólar.
A expectativa de um aumento da dívida pública americana e a implementação de medidas fiscais agressivas poderiam elevar os juros dos títulos do Tesouro dos EUA.
Esse cenário afeta moedas emergentes como o real, que tendem a se desvalorizar diante de um dólar mais forte.
Esse contexto cria um ciclo negativo para a economia brasileira. A desvalorização do real eleva a inflação, uma vez que produtos cotados em dólar, como commodities e importações, tornam-se mais caros. Isso pressiona o custo de vida e agrava a situação fiscal, uma vez que o governo enfrenta dificuldades crescentes para equilibrar o orçamento. A confiança dos investidores é abalada, levando a uma fuga de capitais que intensifica ainda mais a desvalorização da moeda brasileira.