Gabriel Furquim entrou na Brasil Paralelo em 2016. Era o início de tudo. Chegou para editar o primeiro documentário da empresa, Congresso Brasil Paralelo, e nunca mais saiu.
Quase nove anos depois, Furquim acumula histórias. E uma das mais tensas aconteceu recentemente, durante as filmagens do documentário Rio de Janeiro: Paraíso em Chamas.
Em janeiro, nas primeiras diárias da produção, a equipe da BP se preparava para entrar em favelas cariocas, uma missão que exigia cuidado, respeito e negociação.
Para garantir a segurança, contavam com um mediador local, responsável por dialogar com os líderes das comunidades. No entanto, na primeira semana, esse contato ainda não havia sido estabelecido.
Era só a equipe, a cidade e o desafio de captar imagens seguras.
“Fomos até o Cristo, e na volta, encontramos um ponto com vista panorâmica pra uma favela. Era final de tarde, com um pôr do sol bonito, e resolvemos fazer um timelapse, captando o pôr do sol completo. Pra isso, deixamos a câmera rodando por uns 30 a 60 minutos”.
Montaram o equipamento, ajustaram a câmera e deixaram rodando. Dez minutos depois, passou um carro. O motorista gritou: “Estão filmando vocês aí!”
A princípio, ninguém entendeu o recado. Só depois perceberam: era uma gíria local, um alerta informal de que estavam sendo observados.
A equipe tinha um responsável pela segurança, mas ele havia se afastado. Achando que estavam fora da área de risco, continuaram gravando.
“Como ainda não sabíamos ao certo se podíamos ou não, achamos que, por estarmos fora da favela, não haveria problema”.
Minutos depois, uma moto passou com o mesmo aviso: “Estão filmando vocês”.
E então, o primeiro tiro.
“Não era direcionado a nós, mas foi suficiente para acender o alerta. A gente se olhou e pensou: ‘Foi um tiro mesmo?’. E aí começaram vários ", relembra Furquim.
Desligaram a câmera, se abrigaram atrás de um prédio e os tiros continuaram. A equipe correu para a van. Gabriel ainda segurava a câmera exposta e saiu correndo a pé.
“Foi um momento tenso, mas sabíamos que estávamos recebendo um aviso, não um ataque direto. Estava sendo um aviso pra irmos embora, basicamente”.
Ao ser perguntado se sentiu medo de continuar o projeto, foi é direto:
“Eu gosto desse tipo de aventura. E a equipe também. A partir dali, já teríamos o mediador negociando as entradas e tudo seria com permissão. Não tinha por que ter medo. A gente não ia fazer nada escondido.”
Além do episódio tenso no Rio de Janeiro, Gabriel Furquim acumulou outros momentos marcantes ao longo dos anos registrando os bastidores do Brasil e do mundo.
Em uma de suas viagens ao Oriente Médio, para a gravação de From The River To The Sea, ele participou de entrevistas em uma base militar na fronteira com a Faixa de Gaza enquanto tiros de metralhadora e explosões de tanques ecoavam ao fundo.
“Ainda na fronteira, se as sirenes de alarme tocassem, nós tínhamos segundos pra correr até o bunker mais próximo antes dos destroços de mísseis caírem por perto”, relembra.
Furquim fala com naturalidade de situações que poucos enfrentariam com tanta serenidade. Mas é quando fala da BP que a emoção transparece:
“Nesses quase nove anos, eu vi a empresa crescer, mudar, renascer. Vivi vitórias, derrotas, milhares de emoções. E mesmo depois de tudo isso, ainda não compreendo totalmente o quanto impactamos o Brasil e as pessoas. Mas trabalho todos os dias para que isso cresça ainda mais.”
Também comenta os planos futuros:
“Estamos apenas começando. O caminho é longo, mas a vontade de continuar é maior.”
Gabriel Furquim entrou em 2016, no inicio da Brasil Paralelo. Criou a área de colorização, passou pela edição, pelas filmagens e esteve em produções que cruzaram fronteiras do interior do Brasil ao Oriente Médio, da Rússia a Israel.
Confira o que Gabriel Furquim compartilhou sobre sua jornada até aqui.
No dia 22 de junho, a Brasil Paralelo vai comemorar 9 anos. Para comemorar, será realizada uma live com convidados especiais, como Nikolas Ferreira e Paulo Muzy.
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